Economia Titulo Reeleição
Mercado fortalece
dólar e afina Ibovespa

Moeda atinge o maior patamar desde 2005
com R$ 2,53 e indicador tem queda de 2,77%

Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
28/10/2014 | 07:18
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André Henriques/DGABC


O mercado apresentou sua insatisfação, ontem, sobre a reeleição da presidente Dilma Rousseff por meio de indicadores econômicos importantes. O dólar oficial encerrou o dia em R$ 2,5341, maior cotação desde 26 de abril de 2005, quando o BC (Banco Central) registrou R$ 2,5355. Na BM&FBovespa, o Ibovespa, principal índice das negociações de ações do País, chegou a queda de 6,18%, mas terminou o dia negativo em 2,77%.

Por outro lado, o boletim Focus, do BC, que reúne as projeções do mercado financeiro e empresas especializadas para os principais indicadores econômicos do País, mostrou manutenção dos resultados de maior relevância. Isso porque reflete a visão dos analistas até sexta-feira, sinal de que o documento a ser publicado na segunda-feira que vem trará alterações como reflexo da reeleição. Como na semana passada, as previsões eram de alta do PIB (Produto Interno Bruto) de 0,27%, queda da produção industrial de 2,24%, taxa Selic em 11% ao ano e expansão do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de 6,45% neste ano.

A grosso modo, o dólar subiu ao patamar mais alto dos últimos nove anos devido à insegurança das empresas. O mercado, como trabalha parte de seus compromissos em dólar, comprou ontem muita moeda norte-americana para se proteger de possíveis problemas que a decisão de Dilma sobre a política econômica para os próximos quatro anos pode causar. Para o professor de Economia da FSA (Fudanção Santo André) Volney Gouveia, a reeleição fez o mercado “recompor reservas para cumprir com os compromissos de curto prazo.”

Em relação à Bolsa de Valores, o economista-chefe da agência classificadora de risco de crédito Austin Rating, Alex Agostini, destacou que a queda do Ibovespa é “a forma de o mercado mostrar a insatisfação com a política econômica atual, e não diretamente em relação a Dilma Rousseff”.

Agostini destacou que, em relação ao Focus, é possível que a previsão para a Selic de 2015, que ontem estava em 11,50% ao ano, passe para 12%. Ele espera também alterações em relação ao câmbio. No entanto, entende que o ideal seria o governo controlar a inflação por meio de alta dos depósitos compulsórios (dinheiro que o BC guarda dos bancos obrigatoriamente, deixando menos recursos para o crédito) e pelo juros, com piso de 12% ao ano que vem, além de ajuste fiscal com, principalmente, a redução de gastos com funcionários comissionados.

Para Gouveia, a tendência mais forte é de que o governo realmente faça um ajuste fiscal, para elevar a credibilidade com o mercado e, desta maneira, mantenha sua política de emprego e renda. 




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