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Homicídios caem 23,79% na região
Por Luciano Cavenagui
Do Diário do Grande ABC
03/11/2005 | 08:16
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Os homicídios dolosos (com intenção) diminuíram 23,79% no Grande ABC nos primeiros nove meses deste ano, em comparação com igual período de 2004, segundo estatísticas divulgadas pela Secretaria Estadual da Segurança Pública.

Houve redução do número de assassinatos em quase todas as cidades da região, com exceção de São Caetano, onde não houve variação (seis casos) e Rio Grande da Serra, que apresentou percentual distorcido (50%) em razão do número pequeno de casos (pulou de seis para nove) em relação à quantidade de habitantes.

Os municípios onde houve maior redução são Ribeirão Pires (-55,55%) e Santo André (-33,33%), seguidos por Diadema (-27,55%), Mauá (-22,50%), e São Bernardo (-14,56%).

A média da região supera os percentuais obtidos pelo Estado (-18,61%), Região Metropolitana (-14,93%), interior (-15,60%) e Guarulhos (-10,16%). O Grande ABC foi ultrapassado por pequena diferença pela capital (-23,89%). Campinas registrou média mais expressiva (-38,38%).

A redução dos assassinatos na região segue tendência verificada há cinco anos em todo o Estado. Autoridades policiais e especialistas da área apontam diversas razões para essa curva descendente, mas, especialmente, melhorias sociais implementadas pelas administrações municipais, trabalho da polícia em atividades comunitárias e priorização das polícias Civil e Militar na prevenção desses crimes – maior número de prisões e esclarecimentos dos casos.

A adoção da lei seca por algumas cidades, que determina o fechamento dos bares durante a madrugada, também é citada como fator de contribuição para a queda dos assassinatos. Na região, aplicam a medida Diadema, Mauá e São Caetano.

“O DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), bem como as delegacias especializadas em homicídios em diversas cidades, passaram a ter atuação muito forte nos últimos anos. O governo estadual priorizou o combate a esse tipo de crime e forneceu condições materiais para os policiais atuarem”, afirmou na semana passada o secretário estadual de Segurança Pública, Saulo de Castro Abreu Filho, durante divulgação de estatísticas criminais gerais do Estado.

“Houve também maior envolvimento dos policiais em projetos com as comunidades. E maior confiança da população no serviço do Disque-Denúncia, contribuindo assim para a resolução de diversos casos”, acrescentou o secretário.

Para o coronel Renato Aldarvis, comandante do CPA/M6 (Comando de Policiamento de Área Metropolitano 6), responsável pelo Grande ABC, a atuação da polícia nos trabalhos comunitários foi fundamental. “A presença do policial na comunidade, em qualquer atividade, cria laços e fomenta a confiança da população. A polícia também começou a fazer mais policiamento nas áreas onde ocorreram mais crimes”, disse Aldarvis.

O comandante destaca que a campanha de desarmamento encampada pelo governo federal foi outro fator importante para a queda dos assassinatos. “Com menos armas de fogo em circulação, menor a probabilidade de mortes”, afirmou o coronel. No Grande ABC, foram recolhidas, aproximadamente, 4 mil armas durante a campanha.

O ex-secretário nacional de Segurança Pública, coronel José Vicente da Silva, que pesquisa os índices de violência há dez anos, considera que medidas sociais e de infra-estrutura aplicadas por diversas prefeituras tiveram efeito maior que intervenções policiais.

“Nos últimos anos, de modo geral, houve uma boa safra de prefeitos na Região Metropolitana que contribuiu para implementar mais asfalto, iluminação pública e saneamento básico. Essas condições melhoram a qualidade de vida e inibem crimes violentos”, afirmou o pesquisador.



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