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Transplantada de São Bernardo precisa de um novo fígado
Adriana Gomes
Do Diário do Grande ABC
30/10/2005 | 08:58
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Eliane Jimenes, 39 anos, farmacêutica de São Bernardo que causou polêmica na semana passada ao conseguir liminar na Justiça que garantiu transplante de fígado embora ela fosse a paciente de número 635 na fila do Estado, terá de passar por novo transplante, segundo informou o marido, Vagner Jimenes, 40. De acordo com ele, a equipe médica do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, na capital, onde Eliane está internada, decidiu pelo retransplante porque o fígado inicialmente recebido “não está funcionando direito”.

Sexta à noite, o estado da paciente era considerado “gravíssimo”, mas, segundo Jimenes, Eliane apresentou uma pequena melhora na manhã deste sábado. “O pulmão está um pouco melhor e estamos aguardando outro órgão compatível. A liminar garante que ela receba novo fígado neste caso”, explicou o marido da paciente. Até o final da tarde desta sexta, Eliane permanecia na UTI. Após o transplante realizado no início da semana passada, ela foi vítima de várias intercorrências que agravaram seu estado de saúde, incluindo hemorragias.

Solidariedade – O comerciante Vagner Jimenes recebeu neste sábado uma visita inesperada no hospital. A mulher que está na posição 1 para receber novo fígado, de acordo com a lista ativa da Saúde Estadual (que se modifica de acordo com as condições de saúde dos pacientes e outros fatores, como óbitos), foi prestar solidariedade à família Jimenes. Sem saber se poderia falar diretamente com Vagner Jimenes, Suely Castro Rojas, 57 anos, trouxe carta para deixar na recepção do hospital. Na mensagem, ela diz estar “feliz” pelo fa-to de Jimenes ter tomado a atitude de “entrar na Justiça para que a esposa tivesse prioridade”. “A-credito que ela, de fato, está precisando mais do que eu”, escreveu na mensagem Suely, aeronauta aposentada que trabalha como monitora na FGV (Fundação Getúlio Vargas), na capital.

Em entrevista ao Diário, Suely contou que sofre de hiperplasia nodular regenerativa, uma síndrome hepato-pulmonar, e que está há cinco anos na fila. “O meu caso é bem específico – a troca do fígado é necessária para que a situação do pulmão melhore. E é difícil conseguir um órgão porque este precisa estar em excelentes condições”, explica a moradora do bairro da Aclimação, em São Paulo. Pelo fato de ainda conseguir trabalhar – embora tenha limitações respiratórias – ela acredita que o caso de Eliane foi corretamente priorizado em detrimento do seu.




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