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Friozinho à beira-mar
Gilmara Santos
Enviada a Punta del Este
16/06/2011 | 07:04
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Roteiro de verão obrigatório para turistas endinheirados, Punta del Este está cada vez mais caindo no gosto dos brasileiros. Se no início dos anos 2000 apenas os mais ricos tinham acesso às maravilhas deste balneário uruguaio, agora, com o Brasil vivendo o espetáculo do crescimento econômico e com o real supervalorizado em relação à moeda uruguaia (com R$ 1 é possível comprar 10 pesos), a cidade se tornou opção também para bolsos menos recheados.

Mas engana-se quem pensa que o local é opção apenas para os dias ensolarados. Nesta época do ano a cidade tem um charme especial. Primeiro porque é baixa temporada em Punta, o que garante viajar gastando bem menos do que no verão, quando a cidade está lotada de turistas, especialmente brasileiros e argentinos. Em média, a hospedagem vai custar metade do valor da alta temporada.

Depois, porque as flores de outono estão por toda a parte e o clima durante o dia pode ser bem agradável, com sol brilhando, ainda que timidamente. Mas não arrisque sair sem agasalho, apesar do tempo limpo e aparentemente quente, a temperatura é baixa e fica na casa dos 15ºC durante o dia, podendo cair repentinamente para 10ºC. À noite, trate de tirar o casaco, luvas e cachecol do armário. Você vai precisar. Com média de 6ºC, as noites são convite para um bom vinho.

Aproveite para saborear garrafas que no Brasil são vendidas por R$ 400, em média, pela bagatela de 800 pesos (cerca de R$ 80). Entre os tintos, a uva Tanat é a predominante do Uruguai. Sua característica é de um vinho mais encorpado. Entre os brancos, os tradicionais Albariño e o Chardonnay são os mais recomendados.

 

ATRAÇÕES TURÍSTICAS

A cerca de duas horas e meia de São Paulo, o balneário uruguaio é excelente roteiro para um fim de semana prolongado, por exemplo. Entre as principais atrações turísticas está o monumento La Mano, feito pelo chileno Mario Irrazabal, em 1981. Trata-se de uma gigantesca mão feita de pedra e que dá a impressão de que está saindo da areia na Praia Brava.

Outro ponto interessante é o porto Nossa Senhora da Candelária. Fabulosos iates se misturam a barcos de pesca e, junto disso tudo, aparecem lobos-marinhos e focas se exibindo pelo local.

Imperdível também é passar pela ponte Bernardo Vieira. Prepare-se porque o friozinho na barriga é inevitável. A obra tem apenas 200 metros e, para equilibrar o peso dos carros e evitar rachaduras, foi construída com várias ondulações. O resultado é a sensação de estar numa montanha-russa.

As casas mais luxuosas da cidade estão na chamada Beverly Hills de Punta. As mansões ocupam um quarteirão inteiro e têm cerca de 2.000 metros quadrados de área construída (isso mesmo, 2.000 metros quadrados!). A maioria delas não tem muros, o que dá um clima norte-americano ao local. Apesar do predomínio de argentinos, muitos brasileiros já adquiriram casas de veraneio ali. Para os interessados, as mansões custam cerca de US$ 2 milhões.

O pôr do sol é espetáculo à parte. Em qualquer canto da cidade é possível apreciar a chegada da noite de forma excepcional. Um passeio imperdível é o fim da tarde visto da Casa Pueblo. O mais famoso poente do Uruguai tem ao fundo som da gravação de um poema de Carlos Paez Vilaró, que é recitado em perfeita sincronia com a chegada da noite. Ele começa a ser declamado no início do pôr do sol e termina com os últimos raios no horizonte. Difícil segurar as lágrimas de tão emocionante. Com sorte, é possível dar de cara com o artista, que visita frequentemente o local.

Vilaró é pai de Carlos Miguel, um dos 16 uruguaios sobreviventes (do total de 40 passageiros) do acidente aéreo que aconteceu nos Andes em 1972. Eles só foram resgatados após 71 dias e foram obrigados a comer carne humana para sobreviver.

A história de luta já virou, inclusive, roteiro de filme, e os sobreviventes são considerados exemplos de vida. O pai de Miguel nunca perdeu a esperança de encontrar o filho e dizia se comunicar com ele através da lua. Até escreveu um livro (Entre Meu Filho e Eu, a Lua) que conta a história da queda do avião e a busca pelo seu filho.

 

COMPRAS

Reserve tempo e dinheiro para ir às compras. A quantidade de marcas e modelos é sensacional. Os preços são irresistíveis e é possível receber a devolução de impostos, no aeroporto, no caso de adquirir produtos fabricados no Uruguai. Bolsas de couro que no Brasil custariam cerca de R$ 400 são encontradas por apenas US$ 75 (R$ 127,50, com dólar a R$ 1,70); botas de couro, cano curto, por cerca de R$ 100; e casacos de lã por algo em torno de R$ 150.

Os homens também se preparem, porque tênis de marcas famosas e lançamentos são encontrados por menos de R$ 200. Isso sem falar na variedade de malhas, cachecóis e itens de couro com valores bem convidativos.

Não se preocupe em trocar os seus reais por pesos. Todas as lojas, táxis e prestadores de serviços aceitam a moeda brasileira ou dólar. O problema é que a maioria dos estabelecimentos devolve o troco em pesos. Também não se assuste ao ver os valores nas etiquetas das vitrines. Normalmente os preços estão em pesos uruguaios, que equivalem a um décimo de real. Para calcular quanto custa a peça, basta tirar um zero do valor total. Ou seja, um produto de 1.500 pesos, por exemplo, custa R$ 150. No caso da moeda norte-americana, eles pagam 18 pesos por cada dólar, em média.

 

A jornalista viajou a convite do Conrad Resort & Casino




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