A morte de mais um morador de rua no centro da capital de São Paulo, na quinta à noite, pode ter sido causada pela briga entre mendigos. A hipótese foi levantada pela polícia por conta das características do assassinato. Três moradores de rua prestaram depoimento na madrugada desta sexta-feira aos policiais do DHPP (Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa), que cuida do caso.

A polícia destacou duas diferenças entre o crime da noite passada e os da semana anterior. Em vez de uma paulada, a pessoa morta na quinta levou vários golpes. Além disso, a arma usada foi um pedaço de pau, de ponta quadrada – todos os outros ataques foram feitos com objeto roliço, como um cano.

Ainda não identificada, última vítima foi achada na rua Teixeira Leite, Baixada do Glicério, com sinais de agressões na cabeça. Perto do corpo havia um pedaço de madeira com vestígios de sangue. Esta é a sétima morte de moradores de rua registrada desde o dia 19 de agosto, sendo que outros nove foram atacados.

Investigações - As investigações acerca da chacina no centro da capital paulista continuam. Na quarta, ganharam reforço da Polícia Federal. Até agora, cerca de 40 pessoas foram ouvidas e dois retratos falados foram divulgados – uma pessoa chegou a ser presa, mas depois liberada.

No começo desta semana, um ex-integrante de um grupo de intolerância prestou depoimento. Segundo o promotor responsável pelo caso, Carlos Roberto Marangoni Talarico, as informações dadas por esse último depoente devem ajudar bastante nas investigações. Ele negou conhecimento sobre a autoria dos seis assassinatos na capital, e revelou o modo de atuação da organização à qual pertenceu.