Esportes Titulo Azulão
Justiça suspende reintegração da AD

Desembargador aceitou agravo de instrumento e decisão
só sai após julgamento de recurso do time do São Caetano

Anderson Fattori
29/10/2010 | 07:30
Compartilhar notícia


Manobra na Justiça deu sobrevida ao São Caetano no processo movido pela Prefeitura para reintegração de posse da área onde está a sede social da agremiação, no bairro Cerâmica. Ontem, no fim da noite, o clube obteve agravo de instrumento, assinado pelo desembargador Fernando Antonio Maia da Cunha, que suspendeu o processo até que seja julgado o recurso do clube.

Como última esperança, o departamento jurídico do São Caetano entrou com pedido de afastamento do juiz que julgou o caso em primeira instância e de Sergio Pardal, diretor do 4º Cartório de São Caetano. A justificativa é que Pardal seria funcionário da Prefeitura e, consequentemente, não poderia ter participado do processo.

A suspensão foi conquistada praticamente nos acréscimos de um jogo que dura quatro meses. Ontem, a Prefeitura já havia iniciado levantamento sobre tudo que é de responsabilidade da AD São Caetano e que se encontra no local. A expectativa era de que hoje fosse finalizado o trabalho e a Prefeitura pudesse, enfim, executar a ordem de reintegração.

O presidente do clube, Nairo Ferreira de Souza, assumiu que recebeu oficial de Justiça e o secretário de Esportes, Mauro Chekin, mas apenas para conversar. "Eles estiveram na sede. Foi um encontro tranquilo. Expliquei ao Mauro que não quero brigar na Justiça nem desgastar minha relação com o prefeito (José Auricchio Júnior). Quero apenas que seja mantido o trabalho que realizamos aqui há 11 anos", declarou. "Terei outro encontro com o Mauro na quarta-feira. Espero que possamos resolver da melhor maneira", completou.

Apesar da confiança demonstrada pelo dirigente, por enquanto todas as tentativas de negociação não surtiram efeito. A Prefeitura ofereceu o antigo prédio da imprensa, no Estádio Anacleto Campanella, para que o clube transferisse para lá sua sede administrativa. A proposta, porém, foi recusada por Nairo.

"Realmente conversamos sobre isso, mas aquele prédio está com a estrutura condenada. Não há a menor possibilidade de usarmos aquilo como sede. Não teria coragem de receber ninguém em um lugar como aquele. Se essa fosse a solução, eu teria alugado uma sala na cidade e mudaria para lá. Quero um acordo para que possa continuar aqui", afirmou Nairo.

Segundo o dirigente, o grande interesse pela manutenção do local é exclusivamente pelo trabalho desenvolvido. "Não ganho um tostão na sede social. Pelo contrário, muitas vezes tive de colocar dinheiro do futebol profissional lá. Se a Prefeitura me garantir que irá manter o corpo de funcionários e a qualidade da administração, desocupo hoje (ontem) mesmo a sede", garantiu, ajoelhando-se no chão como se estivesse agradecendo por tirar um peso de suas costas.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;