A baixa temperatura da noite da última sexta-feira pode ter espantado o público, mas não esfriou a vontade de tocar dos quatro músicos que subiram ao palco do Cathedral, em Santo André.

Com responsabilidade e profissionalismo, a banda Rockfellas que conta com Paul Di'anno (ex-Iron Maiden), Canisso (Raimundos), Marcão (ex-Charlie Brown Jr) e Jean Dolabella (Sepultura) presenteou o público de cerca de 70 pessoas com qualidade musical e um desfile de clássicos do rock.

Os fãs puderam conferir algo que jamais imaginavam, a primeira voz do Iron Maiden experimentando com músicos brasileiros um repertório eclético e versões criativas.

O set list escolhido mostrou as várias influências de Di'anno. A banda começou o show com o clássico Detroit Rock City, da banda norte-americana Kiss gravado originalmente no álbum Destroyer, de 1976. Dono de uma voz muito forte, Di'anno e sua trupe passearam por décadas de música, Highway to Hell, do AC/DC, empolgou os presentes.

"Esta canção é de uns amigos meus de Detroit", disse o vocalista antes de Search And Destroy, composição clássica de Iggy Pop and the Stooges. A versão de Blitzkrieg Bop dos Ramones deixou a música mais punk.

E como a intenção era ser eclético, nem Stevie Wonder ficou de fora: Superstition ficou bela na voz de Di'anno, que sorriu e brincou bastante.

"Essa próxima música é do avô do rock", anunciou, e School's Out, de Alice Copper foi cantada pela platéria. Um dos pontos altos foi quando a banda tocou Message in a Bottle, dos ingleses do The Police. Mesmo com muita música boa, as pessoas pareciam esperar que Di'anno cantasse várias músicas do Iron Maiden, banda que o consagrou nos anos 1980. Mas ele escolheu apenas uma entre tantas, e para o bis. Wratchild veio e fechou com chave de ouro.