Luporini afirma que, se comprovado envolvimento
de Bigucci na Máfia do ISS, clima fica insustentável
O vice-presidente da Acigabc (Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradores do Grande ABC), Armando Luporini Júnior, alegou que, caso seja comprovado o envolvimento da empresa MBigucci na Máfia do ISS (Imposto Sobre Serviços) instalada na prefeitura de São Paulo, o clima ficaria insustentável para a permanência de Milton Bigucci, proprietário da construtora, à frente da entidade. “Realmente é uma situação desconfortável, não só aos empresários. Isso é complicado.”
Luporini avaliou que “seria decepção” se confirmada a ligação da MBigucci na lista da propina apurada pelo Ministério Público Estadual, que colocou a incorporadora no rol de empresas investigadas. Conforme a planilha encontrada em computador apreendido com auditor fiscal que delatou o esquema, a companhia do Grande ABC pagou R$ 95,4 mil à quadrilha. Na relação, ela devia R$ 238,6 mil em tributo para o Paço e depositou apenas R$ 13,3 mil.
No mês passado, Bigucci foi reeleito ao cargo de presidente da entidade para o biênio 2014/2015, posto o qual ocupa há 18 anos. No processo de eleição interna, não houve chapa concorrente, assim como aconteceu em outras disputas anteriores. Com a investigação do MP, empresários do setor imobiliário demonstram descontentamento com o fato de a suposta relação da MBigucci com a fraude fiscal manchar e denegrir a imagem de atuação da classe na região.
Também presidente do conselho deliberativo da Acigabc, Luporini afirmou, ao mencionar o estatuto, que “ninguém teria condições de intempestivamente convocar nova eleição”. Segundo ele, é questão de “bom-senso” deixar o cargo se ficarem evidenciadas as provas de crime levantadas pela Promotoria. “Não dá para conviver com um problema desse (acusação de propina). É impossível. Aqui é como no Interior (de São Paulo). Todo mundo aponta o dedo na cara. Perde-se a representatividade, acaba e tem de trocar.”
Em entrevista, Bigucci declarou que não vê problema em discutir possível substituição no comando da entidade. “Se tiver alguém querendo se candidatar eu sou o primeiro a aceitar (a condição)”, disse o mandatário da Acigabc, acrescentando que “sempre” foi aclamado para continuar com as rédeas da instituição.
Para Luporini, o cenário de troca precisaria ser discutido internamente. O vice frisou que os associados teriam de se posicionar oficialmente a respeito. “Hoje vejo com surpresa essas informações, mas acho que alguma coisa possa acontecer de fato (se comprovado), pois isso demonstraria que não conheço o Bigucci.”
Em relação à denúncia sobre a empresa, Bigucci não quis comentar o caso.
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