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Tarifas de ônibus municipais caem

Passagem custará R$ 3 em seis cidades a partir do dia 1º; em Rio Grande, bilhete passa para R$ 2,90

Por Fabio Munhoz
Do Diário do Grande ABC
21/06/2013 | 07:00
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Após manifestações, os prefeitos das sete cidades do Grande ABC anunciaram ontem que irão reduzir as tarifas dos ônibus municipais a partir do dia 1º de julho. Em seis municípios, o preço do bilhete cairá de R$ 3,20 para R$ 3. Em Rio Grande da Serra, a passagem irá passar de R$ 3 para R$ 2,90. A decisão foi tomada 15 dias depois do anúncio da primeira diminuição (leia abaixo).

O presidente do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC e prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), admitiu que a redução foi motivada pela revisão dos preços na Capital e no Estado. O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), e o governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciaram na quarta-feira que foram suspensos os aumentos nas passagens dos ônibus municipais, Metrô e trens. Com isso, o tíquete, que chegou a R$ 3,20, volta a custar R$ 3. Apesar das reduções, manifestantes ainda fizeram protestos ontem em São Bernardo e Santo André.

“Se eles não tivessem tomado essa decisão, não teríamos baixado as tarifas no Grande ABC. Essa diferença iria gerar incompreensão”, explicou Marinho. O prefeito avaliou que não considera que o poder público ficará ‘refém’ dos manifestantes em caso de precisar aumentar a tarifa futuramente. “Não ficamos reféns do movimento, mas sim da decisão do Estado e da Capital.”

Marinho reconheceu que a redução irá provocar cortes em investimentos para outros setores. “As cidades terão que fazer sacrifícios adicionais para garantir o equilíbrio.” O prefeito afirmou que cada cidade terá de definir que tipo de remanejamento orçamentário fará para conseguir arcar com o aumento do subsídio. O petista cogita que poderão ser feitos, em alguns municípios, cortes nos investimentos para o Carnaval e até em uniformes escolares. Proporcionalmente, diz Marinho, o impacto da medida no Grande ABC é maior do que na Capital. “O salário da categoria é mais alto do que em São Paulo.”

Em São Bernardo, Marinho avalia que a redução da tarifa irá aumentar em R$ 13,8 milhões por ano o valor aplicado em transporte público – antes, a previsão total era de R$ 30 milhões. Já em Santo André, o gasto extra será de R$ 10,6 milhões anuais. Segundo a Prefeitura, são gastos por ano R$ 12 milhões para o setor. O prefeito de Rio Grande da Serra, Gabriel Maranhão (PSDB), estima aumento nas despesas na ordem de R$ 100 mil anuais. São Caetano e Ribeirão Pires informaram que ainda não calcularam o impacto financeiro. Diadema e Mauá informaram que não subsidiam o transporte público e que, por isso, não haverá consequências para os cofres municipais.

O presidente da AETC ABC (Associação das Empresas de Transporte Coletivo do ABC), José Romano Netto, foi procurado pelo Diário, mas não comentou a decisão.

Prefeitos reduzem preços das viagens pela segunda vez em 15 dias

A decisão de reduzir as tarifas de ônibus municipais anunciada ontem é a segunda diminuição dos preços adotada pelos prefeitos do Grande ABC em 15 dias. A primeira ocorreu no dia 5, quando o Consórcio Intermunicipal do Grande ABC decidiu tornar os bilhetes mais baratos – de R$ 3,30 para R$ 3 – após medida provisória publicada dias antes pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. O texto reduziu para zero a alíquota do PIS (Programa de Integração Social) e Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) para o transporte público.

O último aumento das passagens na região ocorreu em dezembro do ano passado. Em Santo André, São Bernardo, Mauá e Ribeirão Pires, a tarifa era de R$ 2,90. Já em São Caetano, a passagem era vendida a R$ 2,75.

Diadema e Rio Grande da Serra não reduziram os valores no dia 5, mantendo os bilhetes a R$ 3,20 e R$ 3, respectivamente. A desoneração também não fez com que a EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) revisse as tarifas. 




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