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Cidades amigáveis

A ANTP (Associação Nacional de Transporte Público), através da Comissão de Bicicleta...

Por Cristina Baddini
Do Diário do Grande ABC
07/06/2013 | 07:00
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A ANTP (Associação Nacional de Transporte Público), através da Comissão de Bicicleta, e a prefeitura de Sorocaba, por intermédio da Secretaria de Transportes, e da Urbes – Trânsito e Transportes promoverão nos dias 22 de 23 de agosto, naquele município paulista, o 2º Encontro Cidades Amigáveis. A  exemplo de sua primeira edição, desenvolvida em 2012, em São Caetano, o 2º Encontro Cidades Amigáveis buscará proporcionar uma reflexão e a discussão sobre o uso do espaço viário. 

Objetivos

- Provocar reflexão sobre a presença tão determinante dos automóveis nas cidades em todo o mundo, que acarreta problemas como milhares de vítimas de acidentes de trânsito, aumento da poluição atmosférica e a valorização de cultura individualista; despertar nos cidadãos a consciência sobre o uso racional e solidário do automóvel.

- Conscientizar o público, gerando informação e debate sobre a mobilidade urbana e soluções para os atuais problemas (poluição, segurança, congestionamento etc);

- Proporcionar aos cidadãos oportunidade para redescobrirem a sua cidade, os seus habitantes e o seu patrimônio, num ambiente mais saudável e aprazível;

- Estimular novas políticas e iniciativas na mobilidade urbana sustentável. A rua não é apenas um espaço de circulação, mas, também, e principalmente, espaço de vida. 

Caos urbano

A demanda por veículos tem crescido exponencialmente e a capacidade de oferta viária, de modo geral, não consegue acompanhá-la. Isso ocorre como uma onda a partir dos grandes para os médios centros urbanos em todo o Brasil. O uso privado do espaço público é um dos maiores e vem impactando negativamente na qualidade de vida das pessoas. Ampliar os espaços de circulação dos automóveis individuais é enxugar gelo. Qualquer estratégia de crescimento econômico apoiada na instalação de mais e mais fábricas e vendas de automóveis e na expectativa de que se abram avenidas tentando dar-lhes fluidez é incompatível com cidades que pretendem ter uma economia sustentável.

Medidas de enfrentamento

Os brasileiros estão comprando mais carros, mas, ao mesmo tempo, sonham com alternativas no transporte público para fugir do trânsito. Já há na opinião pública a ideia de aceitar deixar o carro em casa no cotidiano, mas condiciona essa decisão a uma prévia melhoria do transporte coletivo. A taxa média de ocupação dos automóveis nas ruas da Grande São Paulo se limita a 1,1 pessoa por veículo. A cada cinco carros em circulação nos horários de pico, somente seis pessoas são transportadas. Existem inúmeras medidas que podem ser utilizadas para reduzir o impacto destes problemas como, por exemplo, a restrição da entrada de automóveis em algumas áreas, a criação de áreas de estacionamentos periféricas, implantação de sistemas integrados e eficientes de transporte público, o rodízio de veículos e a priorização dos meios ativos de mobilidade, como o uso da bicicleta e a caminhada. Mas é preciso garantir que estas opções sejam rápidas e seguras.

Solução bicicleta

As bicicletas já representam 3% do total de viagens urbanas no Brasil. O tratamento viário, com segregação das bicicletas, seja em ciclovias e ciclofaixas, não vai responder totalmente pela circulação das bicicletas em segurança. São formas necessárias, importantes, em especial em eixos viários mais disputados da malha viária, mas não são suficientes, por si só, para criarem ambientes mais favoráveis e seguros para se pedalar nas cidades. O ciclista necessita, principalmente, ter onde estacionar a bicicleta. O que precisa ser implantado, urgentemente e de forma segura, é o trajeto compartilhado, sem segregação, segundo defende o superintendente da ANTP, Luiz Carlos Mantovani Néspoli.

Bicicletas públicas

Sistemas de transporte público compartilhado em bicicleta é um sucesso mundial. Estão na Europa, na Ásia e nas Américas. Os primeiros sistemas implantados no mundo foram as bicicletas brancas na Holanda. Os projetos de bicicletas disponíveis nas cidades para a população e para o transporte público por bicicletas devem ter como diretriz tornar-se promotor do transporte sustentável e de forte coesão social. O sucesso deste tipo de iniciativa está no fato de que deve haver uma verdadeira integração entre o sistema de bicicletas e a rede de transportes públicos. Cada bicicleta a mais que circula ajuda a aliviar a pressão por viagens nos automóveis particulares. 




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