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Mudança do BC é processo natural e saudável, diz Meirelles
Do Diário OnLine
19/02/2003 | 11:29
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O processo de substituição de diretores no Banco Central é um processo "absolutamente natural e saudável" e nada tem a ver com política, disse nesta quarta-feira o presidente da autoridade monetária, Henrique Meirelles, ao anunciar oficialmente Paulo Sérgio Cavalheiro, Luiz Augusto de Oliveira Candiota e João Antônio Fleury Teixeira como novos diretores. “Se trata de uma questão gerencial”, afirmou.

Na diretoria de Fiscalização, Cavalheiro assume a posição de Tereza Grossi; na de Política Monetária, Luiz Fernando Figueiredo é substituído por Candiota e, na de Administração, Edison Bernardes sai e dá lugar a Fleury Teixeira. Antes de serem empossados, os três serão sabatinados Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. Por enquanto, Meirelles descartou que novas mudanças estejam sendo planejadas e que outros diretores estejam planejando sair.

Em entrevista coletiva concedida nesta manhã, Meirelles agradeceu os anos de dedicação dos três diretores demissionários, também presentes à cerimônia, e ressaltou que o período vindouro será de novos desafios para Candiota, Teixeira e Figueiredo. Meirelles, ao falar que o processo de substituição é uma rotina em qualquer instituição financeira, disse que não se pode esquecer que o processo de reestruturação do Banco Central é elogiado e se situa em nível de primeira linha, além do fato da “política monetária no Brasil ter se sofisticado muito nos últimos anos”.

Falando sobre um grave problema de tempo nesta quarta-feira, por conta da reunião conclusiva do Copom em que será definida a nova taxa básica de juros da economia, atualmente em 25,5% ao ano, Meirelles informou que os demissionários e os novos diretores só dariam entrevista no dia da posse.

Questionado de porque fazer o anúncio da substituição de cargos neste momento, Meirelles frisou a importância da transparência das ações. “Depois que as decisões já estavam tomadas e amadurecidas, resolvemos anunciar para não dar margem a especulações, além de manter transparência”, explicou.

Como Fleury Teixeira já era funcionário do BC, assim como Cavalheiro, até então braço direito de Tereza Grossi, ambos vão manter trabalhos na instituição. “Eles já tinham acesso a informações consideradas confidenciais e não tem porque isso mudar”, disse Meirelles, ao afirmar que Candiota assumirá seus posto no primeiro dia após a sabatina do Senado.

Por fim, Meirelles negou qualquer pressão direta para substituir a atual diretora de Fiscalização, Tereza Grossi, que ficou no centro da polêmica de ajuda dada aos bancos Marka e FonteCindam pelo Banco Central em 1999. "Acho que vivemos em uma democracia e é esperado que as pessoas manifestem suas opiniões, particularmente os líderes políticos", se limitou a dizer.




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