O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou neste sábado, durante discurso no 3º Congresso Nacional do PT, que o Partido dos Trabalhadores é a legenda mais ética de todo o Brasil. Ele não fez nenhuma menção direta aos acontecimentos da última semana no STF (Supremo Tribunal Federal), que aceitou denúncia contra 40 pessoas envolvidas com o ‘Mensalão’ (espécie de ‘mesada’ paga a parlamentares da base aliada para que votassem a favor de projetos de interesse do governo), escândalo que abalou seu governo em 2005 e envolveu vários integrantes do PT.

De acordo com Lula, todos os militantes petistas devem utilizar com orgulho a estrela vermelha que simboliza o partido. “Ninguém tem mais ética e moral do que o PT”, assinalou.

Sobre o ‘Mensalão’, o presidente se referiu apenas de forma indireta, sem citar o esquema fraudulento no discurso. “Saio daqui de alma lavada, sabendo que alguns companheiros foram indiciados pelo Supremo. Ninguém ainda sabe o que aconteceu, mas tudo será apurado e aqueles que cometeram erros irão pagar por isso”, assinalou.

Entre os réus na Suprema Corte devido ao suposto envolvimento com o escândalo estão o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, o ex-presidente do PT, deputado federal José Genoino (SP), o ex-ministro da Secretaria de Comunicação, Luiz Gushiken, o ex-ministro dos Transportes, Anderson Adauto, e o ex-presidente da Câmara, deputado João Paulo Cunha (PT-SP).

Eleições – Sobre a próxima corrida presidencial, em 2010, Lula voltou a descartar completamente qualquer possibilidade de tentar um terceiro mandato. Por isso, ele deixou claro que é importante que o PT encontre um nome para substituí-lo.

Para ele, o candidato não precisa ser necessariamente um petista, mas alguém alinhado com o seu projeto de governo e que dê continuidade ao seu trabalho.

Governo – No discurso, ao ressaltar que jamais tentou dissociar sua imagem da do PT, Lula destacou as realizações do seu governo, como a estabilidade da economia e as melhorias na área social do país.

Ele lembrou que o Brasil não está mais vulnerável as crises internacionais e afirmou que hoje ninguém mais lembra do FMI (Fundo Monetário Internacional), já que o país quitou a dívida com o Fundo e parou de pedir empréstimos.