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Aidan não comparece à Procuradoria

Descumprindo promessa, prefeito de Sto.André enviará advogado para tomar providências

Fábio Martins
do Diário do Grande ABC
03/05/2012 | 07:00
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Diferentemente da declaração concedida na sexta-feira ao Diário, o prefeito de Santo André, Aidan Ravin (PTB), não compareceu ontem à Procuradoria-Geral de Justiça para pedir apuração rigorosa do caso Semasa, sob investigação do Ministério Público, Polícia Civil e CPI, os quais averiguam suposto crime de cobrança de taxa na liberação de licenças ambientais na autarquia. A Prefeitura informou que o petebista determinou que seu advogado Ronaldo Marzagão (ex-secretário estadual de Segurança) tome as providências cabíveis.

Em entrevista, Aidan afirmou que pediria pessoalmente esclarecimentos dos fatos no órgão estadual. "Agora eu vou pedir para apurar tudo isso, para não ser mais uma situação errada, sem prova", disse o prefeito. O petebista considerou, à ocasião, que, apesar de o caso ainda não estar na Procuradoria, o seu nome já está sendo citado na apuração. Por isso, agilizaria o processo na instância que possui poder para investigar prefeitos em função do foro privilegiado.

O Ministério Público afirmou que, caso seja apresentado algum documento que prove indícios de relação do prefeito ao caso, a apuração seria remetida à Procuradoria. O advogado Calixto Antônio Júnior tem depoimento marcado hoje na promotoria. A estratégia do chefe do Executivo serve para antecipar uma possível apreciação da Câmara Especializada de Crimes de Prefeitos, instituição ligada à Procuradoria.

Aidan contratou Marzagão para impetrar ações "contra todos os que acusam, sem provas". O advogado é ex-secretário estadual de Segurança Pública do governo de São Paulo - trabalhou na gestão de José Serra (PSDB). O PTB estadual se colocou à disposição para pagar os honorários de Marzagão. Do ponto de vista da estratégia eleitoral, Santo André é considerada peça-chave nos planos do partido. A cidade está entre as mais importantes do Estado comandadas pelos petebistas.

Até hoje, três pessoas confirmaram a existência do esquema de propina no Semasa. O primeiro foi o então diretor de Gestão Ambiental Roberto Tokuzumi, que dedunciou todo o sistema de extorsão. Em seguida, Calixto garantiu que o crime é praticado por uma quadrilha em toda a Prefeitura, que se desdobrou à autarquia. Por último, o proprietário da construtora Estate Plan Empreendimentos e Participações, Valter Ricardo Afonso, ratificou que lhe foi cobrado "pedágio" para liberar o licenciamento de sua empresa.




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