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Prefeitos também querem recuperar SP-122
Por Gabriel Batista
Rodrigo Cipriano
e Andrea Catão
Do Diário do Grande ABC
15/02/2005 | 14:46
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O projeto de recuperação da rodovia SP-122, que liga Ribeirão Pires a Paranapiacaba, foi apresentado na segunda-feira ao secretário estadual dos Transportes, Dario Rais Lopes, na primeira reunião do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC. Sem acostamento, cheia de remendos e com sinalização precária, a estrada não oferece segurança a motoristas e pedestres. Atualmente, a via é a única que liga Paranapiacaba às demais cidades da região, visto que os trens da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) não fazem mais paradas na vila ferroviária.

A íntegra do pacote de obras inclui o recapeamento da pista com quase 16 quilômetros e a construção de dois trevos de acesso a Rio Grande da Serra: um na avenida Dom Pedro I, no Centro, e outro na interligação com a avenida Cido Franco. Vale lembrar que a proposta foi apresentada pelo prefeito de Rio Grande, Adler Kiko Teixeira (PSDB), que não acrescentou no projeto obras de melhoria em outros trechos da rodovia, que por ligar Ribeirão Pires a Paranapiacaba é de interesse regional.

Em Ribeirão Pires, o acesso à rodovia feito pela avenida Kaethe Richers é precário. Falta sinalização adequada e o acostamento não é seguro. O mesmo é percebido na entrada para a indústria Solvay, em Santo André, e no acesso à parte baixa de Paranapiacaba.

A pista de mão dupla da SP-122 é semelhante a uma colcha de retalhos. Os quase 16 quilômetros estão totalmente irregulares e pontilhados por ondulações. Massas de piche cobrem antigos buracos. Mas as chuvas que castigaram a região durante o mês de janeiro pioraram o asfalto que já era ruim. Outro ponto preocupante é a falta de acostamento em parte da estrada. Em alguns pontos onde existe acostamento é grande o desnivelamento. Portanto, os motoristas ficam sem alternativa de parada em caso de quebra do veículo ou acidentes.

"Sem dúvida, obras de melhoria na pista vão aumentar a segurança. Não há acostamentos nem iluminação adequada na SP-122. Mas é uma rodovia com pouco movimento, e a maioria dos acidentes ocorre em razão da imprudência de motoristas", diz o capitão Lourival da Silva Júnior, da 1ª Companhia do 1º Batalhão da Polícia Rodoviária de São Bernardo.

A iluminação é escassa principalmente entre os km 36 e 40, que vai do fim da avenida Santo André, trecho urbano de Ribeirão Pires, até a entrada de Rio Grande da Serra, na avenida Dom Pedro I.

Para o subprefeito de Paranapiacaba, João Ricardo Guimarães Caetano, a sinalização é o fator mais preocupante. "Quase todos os dias há formação de neblina na região e a sinalização é ruim. Faz tempo que não é feita a pintura (reflexiva) de faixas no solo. Não é raro eu socorrer motoristas que param na estrada por falta de visibilidade", afirma.

Ele acredita que por ser a única via de ligação da vila ferroviária, o Estado deveria dar prioridade à recuperação da estrada. "O número de turistas tem aumentado consideravelmente. Cada fim de semana, a vila recebe cerca de 3 mil pessoas. No Carnaval, foram 7 mil. E devemos receber muita gente durante o Festival de Inverno, em julho, que no ano passado atraiu 50 mil pessoas. Com o aumento de visitantes, também deve crescer o número de acidentes", completa.

Na segunda-feira, o prefeito de Rio Grande da Serra, Adler Kiko Teixeira, utilizou como fundamento para o seu pedido dossiê fotográfico que ilustrava as condições atuais da SP-122, repleta de remendos e buracos. "Como existe a preocupação em reduzir a quantidade de acidentes na Índio Tibiriçá é justificável estender as obras até a SP-122", afirma Kiko.

A realidade entre as duas rodovias, no entanto, é distinta. No ano passado, enquanto a Índio Tibiriçá concentrou 434 acidentes (entre janeiro e novembro) em seus 37 quilômetros, a SP-122 registrou 46 acidentes em seus 15,7 km ao longo do ano. O secretário estadual dos Transportes, Dario Rais Lopes, prometeu que vai avaliar o projeto e deve dar alguma resposta ao consórcio na primeira semana de março.




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