Política Titulo São Bernardo
Alckmin põe pá de cal em Museu do Trabalhador

Tucanos assinam convênio para instalar Fábrica de Cultura no local

Por Humberto Domiciano
Do Diário do Grande ABC
05/04/2018 | 07:00
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Gabriel Inamine/PMSBC/Divulgação


No dia em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve o habeas corpus negado pelo STF (Supremo Tribunal Federal), o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e o prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), deram passo definitivo para sepultar o projeto do Museu do Trabalho e do Trabalhador, na cidade-domicílio do petista. Em ato ontem, realizado no Palácio dos Bandeirantes, os tucanos assinaram protocolo de intenções para que o local que abrigaria o museu seja transformado em Fábrica de Cultura, equipamento estadual.

Apesar do cenário, Alckmin evitou, no entanto, atrelar a assinatura do acordo com o julgamento do adversário político. “Foi uma coincidência, já tínhamos anunciado na outra visita a São Bernardo. Devemos respeitar a decisão judicial. A sociedade espera que exista Justiça e não haja impunidade, não tem ninguém acima da lei, é a lógica da República”, alegou. O evento foi marcado pela assessoria do governador no início do dia de ontem e não constava na agenda do prefeito.

Diante do convênio, a conclusão das obras do prédio ficará a cargo da Prefeitura, enquanto a instalação de equipamentos e gestão do espaço serão feitas pelo governo estadual. As intervenções estariam perto dos 90% e ainda dependem de liberação judicial, que deve vir a partir de um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta), desenhado juntamente com o MPF (Ministério Público Federal) para que a finalidade da obra seja alterada. O ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, teria se comprometido a assinar o documento.

O custo da finalização não foi divulgado e a Prefeitura de São Bernardo acredita que pode recuperar valores apreendidos na Operação Hefesta para investir no término da obra.

Morando afirmou que a expectativa é que, após a liberação das intervenções, o processo seja concluído em 120 dias. “A assinatura do convênio fortalece muito a situação e tenho ferramenta essencial para pressionar o Ministério da Cultura. Logo que assinarmos o TAC podemos dar andamento para a conclusão. Trabalhamos com a possibilidade do TAC ser concluído no primeiro semestre e terminar dentro de 2018. Ainda restam detalhes como o acabamento”, definiu o prefeito.

HISTÓRICO
Objeto de investigação desde 2016, o museu foi idealizado pelo ex-prefeito Luiz Marinho (PT) e tinha como principal plano homenagear, entre outras figuras, a história do ex-presidente Lula. Em 2017, a Justiça Federal aceitou denúncia do MPF contra Marinho e outras 15 pessoas, por suspeitas de diversas irregularidades na construção do museu, entre fraudes na licitação e desvios de recursos na ordem de R$ 7,9 milhões. Entre os denunciados estão Alfredo Buso, ex-secretário de Obras, Osvaldo de Oliveira Neto, ex-secretário de Cultura, Sérgio Suster, ex-funcionário do setor de Obras, e José Cloves (PT), ex-vereador e ex-secretário de Serviços Urbanos da gestão.

Desde que assumiu o Paço, Morando tem buscado enterrar o projeto do museu para viabilizar a Fábrica de Cultura. 




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