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Sindicato pede nos EUA que indústria não feche
Por Frederico Rebello Nehme
Do Diário do Grande ABC
17/02/2005 | 14:28
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O Sindicato dos Químicos do ABC iniciou quarta-feira uma ofensiva em Brasília contra a saída da empresa Chevron Oronite do Pólo Petroquímico de Capuava. A iniciativa conta com o apoio de dois deputados federais do Grande ABC: Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho (PT-SP), e o líder do governo na Câmara, Luiz Carlos da Silva, o Professor Luizinho (PT-SP).

Quarta-feira, o presidente do sindicato, Paulo Lage, se reuniu com a chefe de gabinete da Secretaria de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Ângela Semiramis, para apresentar a situação e pedir apoio do governo federal para manter em funcionamento a indústria em Mauá. Nesta quinta-feira, ele se encontra com o ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, junto com os deputados petistas, e com representantes da OIT (Organização Internacional do Trabalho).

No próximo dia 23, Lage se reunirá com o conselho mundial do Grupo Chevron, em Nova Orleans (EUA), para tentar convencer a direção da multinacional a manter as atividades da Chevron Oronite no pólo. “Vamos tentar todas as alternativas para reverter esse quadro. Não é possível que uma empresa que não vive problemas financeiros saia subitamente do país, sem nenhum compromisso com os trabalhadores que emprega e o local onde se instalou”, afirma Lage.

O presidente do sindicato se mostrou otimista com o resultado da reunião de quarta-feira com o Ministério da Fazenda. “Tivemos uma recepção muito boa. Passamos informações que ajudarão o ministério na argumentação em favor da permanência da Chevron Oronite no pólo”, afirma.

A unidade da Chevron Oronite no Pólo de Capuava produz aditivos para óleos e combustíveis, emprega 130 trabalhadores e não possui problemas estruturais ou produtivos. A decisão de encerrar as atividades em até 15 meses veio do grupo multinacional Chevron/Texaco, que controla a Oronite, e tem por objetivo diminuir o número de pequenas plantas industriais produtoras de aditivos em todo o mundo.

“Se a idéia é fazer uma reforma administrativa interna, que isso seja realizado com o menor dano possível, especialmente com relação aos empregados da empresa”, afirma deputado Vicentinho. Ele acredita que uma eventual intervenção do ministro Furlan pode ser determinante no caso. “O poder de persuasão do governo federal é grande, especialmente com a expectativa de crescimento econômico para este ano. Acho que o auxílio do ministro pode influenciar muito a permanência da empresa no país”, afirma.

O deputado Professor Luizinho considera certa a atuação do ministro Furlan no caso. “Estamos buscando a participação efetiva dele no problema da Chevron Oronite, o que mudará bastante a situação. Temos convicção de que o ministro Furlan atenderá nossa demanda”, afirma.

A unidade da Chevron Oronite no Pólo de Capuava é a única do grupo no Brasil. Com o encerramento das atividades da empresa no pólo, passará a importar os aditivos, fornecidos para indústrias petroquímicas. As encomendas já realizadas à unidade do Grande ABC serão todas atendidas, segundo a gerência da empresa.



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