Não sobrou para ninguém em termos de críticas. Na sabatina realizada terça-feira na Capital, o presidente licenciado da Associação Comercial de São Paulo e candidato ao Senado pela coligação PSDB/PFL, Guilherme Afif Domingos (PFL), bateu duro  nos parlamentares das duas legendas que o apóiam. Chegou a dizer que em alguns momentos a oposição foi “irresponsável” no Congresso.

O empresário afirmou que pefelistas e tucanos perderam a chance de pedir o impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no auge do escândalo do mensalão, no ano passado. “O momento foi quando o publicitário Duda Mendonça admitiu, na CPI, a existência de caixa 2. O PT sentiu o golpe, mas PSDB e PFL erraram.”

Afif polemizou, inclusive, com o presidenciável Geraldo Alckmin – que tem como vice o pefelista José Jorge – ao dizer que, se for eleito, lutará para acabar com a reeleição, posição oposta de Alckmin. Subindo o tom, o candidato ao Senado disparou farpas até contra o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. “Reeleição no Brasil não dá certo. Quando falo isso, é em todos os sentidos. Acho que até o ex-presidente Fernando Henrique concorda agora que reeleição é um ônus. ”

Nem mesmo o senador de sua legenda por São Paulo, Romeu Tuma, foi poupado por Afif. O golpe foi dado ao elogiar Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA). “Gostaria muito que tivesse em São Paulo um senador que brigasse pelo Estado como ACM briga pela Bahia.” Depois da crítica, tentou se justificar. “O Tuma luta sozinho. Os outros dois (Eduardo Suplicy e Aloizio Mercadante, ambos do PT) boicotam o Estado.”

Afif acredita que o crescimento da senadora Heloísa Helena (Psol/AL) nas pesquisas à Presidência incomodará mais ao presidente Lula, que tenta a reeleição, do que a Alckmin. “Ele que se cuide com a Heloísa Helena. A senadora está arrebanhando votos de petistas arrependidos e envergonhados e pode levar a eleição para o segundo turno.”

Descendente de libaneses, Afif só elogiou Lula ao falar da condução do governo federal na retirada dos brasileiros do Líbano, em guerra com Israel.

Apesar de aparecer com índices pífios nas pesquisas de intenção de voto, Afif acredita ter chances de reverter o favoritismo de Suplicy. “Na maioria das pesquisas, mais de 70% dos eleitores ainda estão indecisos. ”

Estrela política ascendente durante a eleição presidencial de 1989, mas que ficou no ostracismo nos últimos 16 anos, Afif deixou claro que não está no páreo pela Prefeitura de São Paulo, em 2008. “Vamos trabalhar para reeleger Gilberto Kassab (que assumiu o cargo em abril após renúncia de José Serra)”.