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Taxas média e longa de juros sobem com dólar em meio a IPCA-15 fraco e protestos
23/05/2018 | 10:03
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Os juros futuros de médio e longo prazos seguem o dólar e sobem na manhã desta quarta-feira, 23, deixando o IPCA-15 de maio em segundo plano diante do mau humor dos mercados internacionais, segundo um operador de renda fixa. O IPCA-15 de maio desacelerou para alta de 0,14%, ante +0,21% em abril, que é a menor variação para meses de maio desde 2000, quando o índice havia registrado alta de 0,09%. Também ficou abaixo do piso das estimativas dos analistas do mercado financeiro consultados pelo Projeções Broadcast. Pela pesquisa, as previsões iam de alta de 0,20% a 0,47%, com mediana de 0,27%. O dólar está forte no exterior e ante o real em meio a aversão ao risco dos investidores internacionais, o que dissipa até o momento o efeito de baixa ante o real visto nas últimas duas sessões decorrente da injeção de liquidez de US$ 750 milhões em contratos de swap cambial no mercado futuro. O BC fez por volta das 9h30 uma nova oferta extra nesse montante e realizará ainda o leilão de rolagem do vencimento de swap de 1º de junho, com oferta de 4.225 contratos (US$ 211,2 milhões) às 11h30. Lá fora, várias notícias nutrem a cautela nos mercados. Nesta terça-feira, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que não ficou satisfeito com a última rodada de negociações comerciais com a China. Trump também comentou que sua planejada reunião de cúpula com o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, marcada para 12 de junho, pode ser adiada. Já a Itália gera preocupações por estar prestes a instalar um governo de coalizão formado por partidos eurocéticos. Além disso, a lira turca bateu novas mínimas históricas frente ao dólar nesta quarta-feira. Neste ano, a moeda da Turquia já desvalorizou mais de 20% ante a americana, perdendo ainda mais de 70% de seu valor ao longo dos últimos cinco anos. Nesta quarta-feira, o dólar atingiu máxima a 4,9295 liras e, às 9h25 (de Brasília), avançava a 4,8507. O longo período de declínio da lira é atribuído à recusa ou à incapacidade do banco central em elevar os juros até o patamar que economistas julgam necessário para apoiar a moeda. O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, refere-se aos juros altos como "a mãe e o pai de todos os males" e faz campanha para a reeleição com uma plataforma central: o BC continuará a emprestar dinheiro barato. No mercado local, às 9h44 desta quarta, o DI para janeiro de 2021, mais negociado, indicava 8,68%, de 8,66% no ajuste de terça. Já o DI para janeiro de 2023 estava a 10,11%, ante 10,00% no ajuste anterior. No câmbio, dólar à vista subia 0,48%, aos R$ 3,6616. O dólar futuro de junho estava em alta de 0,34%, aos R$ 3,6625. No mercado local, a decisão do governo de suspender a contribuição sobre combustíveis (Cide) não põe fim aos protestos dos caminhoneiros e o mercado monitora os desdobramentos dessas manifestações. Mais cedo, os caminhoneiros bloquearam uma das principais rotas de escoamento da safra de grãos produzida no Centro-Oeste, a parcela mato-grossense da rodovia BR-163. Há dois novos pontos de bloqueio de caminhoneiros, que protestam contra impostos e os reajustes no óleo diesel desde segunda-feira (21). Em outras rodovias do Estado, foram apuradas manifestações na BR-364 e na BR-070, em Cuiabá, na chamada Rodovia dos Imigrantes. Em todos os bloqueios, está liberado o fluxo apenas para tráfego de veículos leves, ambulâncias, ônibus, cargas vivas e perecíveis.



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