Clóvis Volpi justificou o uso do carro oficial por um motivo de saúde. “Não estou podendo dirigir. Mesmo assim, estava em um compromisso oficial em São Paulo e fui direto para lá (São Bernardo). Como eu ia fazer, sair com dois carros e trocar?”, indagou, sem revelar qual foi a atividade na Capital. Ainda assim, considerou normal sua atitude. “Não me causa constrangimento. Sou prefeito e posso usar o carro da Prefeitura 24 horas por dia, em qualquer compromisso. Mas se a Justiça entender que eu tenho de ressarcir os cofres públicos, eu o farei.”

O chefe de gabinete de Damo, Wilson Carlos de Campos, o Xoxa – que esteve na solenidade com o prefeito –, nega o uso do veículo. “O prefeito estava com seu carro particular. E eu não estava junto. Você deve estar se confundindo”, desconversou. O flagrante do Diário (veja as fotos) mostra justamente o contrário. Procurado durante todo o dia, Leonel Damo não falou com a reportagem.

Representação – O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) se mostrou indignado e prometeu acionar a Justiça. “Vou avisar hoje (ontem) o presidente estadual do PT, Paulo Frastechi, para que o partido entre com representação junto ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral). Eu condeno a utilização de um bem móvel público em um ato eleitoral. A lei é bem clara.”

O deputado estadual Donisete Braga (PT-Mauá) garantiu que entra hoje com ação no MP (Ministério Público) contra os prefeitos Volpi e Damo. “Os carros oficiais são bens públicos. É inaceitável um prefeito gastar o combustível e utilizar o funcionário (motorista) da Prefeitura para isso. É o dinheiro do povo que está sendo desviado para uma utilização partidária.” O parlamentar diz que também pedirá a impugnação das candidaturas de Serra e Alckmin. “Por ter sido atividade relacionada às duas campanhas, vamos acionar os candidatos também. Nós queremos que seja feita Justiça.”

O deputado federal Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho (PT-São Bernardo), também criticou o uso do veículo. “Toda e qualquer denúncia praticada por um agente público ou candidato deve ser levada imediatamente ao conhecimento da Justiça Eleitoral. Isso é condenável”.