Política Titulo Relação
Marinho tenta contornar crise com bancada

Governistas criticam atuação de secretários e reclamações da primeira-dama de São Bernardo

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
20/04/2014 | 07:00
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Embora negue publicamente, o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), entrou no circuito para contornar crise com sua base aliada na Câmara. Na semana passada, o chefe do Executivo se reuniu com vereadores governistas, que ameaçam rebelião por demandas não atendidas de secretários e críticas disparadas por integrantes do primeiro escalão ao trabalho dos parlamentares.

Os focos de insatisfação se voltam para as Pastas de Educação, de Cleuza Repulho (PT), de Serviços Urbanos, de Tarcísio Secoli (PT), e de Transportes e Vias Públicas, de Oscar José Gameiro Silveira Campos. Também há críticas à atuação da primeira-dama e secretária de Orçamento e Planejamento Participativo, Nilza de Oliveira (PT), que tem reclamado nos corredores do Paço da bancada situacionista.

O clima piorou quando Marinho, há duas semanas, cancelou reunião que teria com a base governista para ir para Israel e Espanha em viagem institucional. Naquela semana, o bloco de sustentação queria emplacar convocação de Cleuza Repulho para explicar denúncias de fraudes em sua Pasta, mas recuou depois que interlocutores do prefeito disseram que haviam agendado encontro no gabinete do petista na Prefeitura.

A reunião adiada aconteceu na terça-feira à tarde. Marinho evitou trazer secretários ao debate. Segundo vereadores presentes, anotou todas as reclamações dos governistas, principalmente a falta de atendimento de demandas às secretarias e as críticas desferidas por Nilza – não à toa, audiências do OP (Orçamento Participativo), principal projeto da secretaria da primeira-dama, são acompanhadas apenas por vereadores do PT.

Entretanto, o chefe do Executivo cobrou contrapartida da bancada situacionista. Afirmou que, antes de contestar o trabalho de seu secretariado, queria ver os governistas gerando créditos com o Paço, como garantir defesa intransigente da administração na Câmara e comparecer em massa às atividades institucionais. Por fim, de acordo com relatos de quem acompanhou a reunião, disse que não caberia a ele, prefeito, atender demandas da Casa.

MONTAGEM E DESMONTAGEM

A crise do governo com a Câmara acontece numa legislatura em que o prefeito agiu diretamente para montagem de ampla bancada governista. Entre 2009 e 2012, em seu primeiro mandato, o petista sofreu para conquistar a maioria na Casa e teve de lidar com diversas derrotas, como a rejeição de aumento de remanejamento do Orçamento em seu primeiro ano no Paço.

Ele arquitetou diretamente a formatação das chapas proporcionais da coligação de sua reeleição, privilegiando candidatos que, se eleitos, pouco trariam dor de cabeça ao comando do Executivo.

Porém, desde o ano passado, começou a desmontar toda estrutura feita por Marinho. Os questionamentos começaram quando apenas eram aprovados requerimentos e concessão de títulos de cidadão de petistas.




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