Quatro dias após o fim da greve dos Correios, que se estendeu por 13 dias, o atraso na entrega de correspondências e mercadorias ainda gera transtornos no Grande ABC. Ontem um usuário do serviço invadiu o CEE (Centro de Entrega de Encomendas) da Travessa Santo Amaro, situado no bairro Jardim, em Santo André.

Indignado com a falta de atendimento e explicação dos profissionais que estavam no centro de distribuição, Leandro Luciano, 37 anos, entrou no estabelecimento sem permissão e fez um vídeo em que relata a falta de gerência no local e reclama da ausência de atendimento às pessoas que aguardam na fila do lado de fora do local.

A grande quantidade de produtos represados desde segunda-feira gerou fila de pessoas em busca de suas encomendas, que deveriam ter sido entregues dias atrás. Mesmo assim, no entanto, elas não conseguiam retirá-las.

Por esse motivo, mais uma vez a PM (Polícia Militar) foi acionada. Na semana passada, a PM foi chamada no CEE de São Bernardo porque algumas pessoas haviam sido informadas de que poderiam retirar objetos e correspondências, o que não aconteceu.

Ontem, as queixas se repetiam e tinham os mais diversos motivos, desde usuários que esperavam receber medicamentos que estavam previstos para serem entregues na semana passada até uma noiva que vai se casar hoje, e estava aguardando para conseguir retirar objetos fundamentais para sua cerimônia.

“Tenho material gráfico para entregar a um cliente que já deveria ter sido entregue na quinta-feira passada. Se não conseguir retirar hoje (ontem), prejudicarão a mim e ao meu cliente”, disse Luciano, depois de invadir o CEE. Ele também relatou que já avisou o cliente do problema e que ele, aparentemente, entendeu.

Em nota, os Correios responderam que estão em operação contingencial para a regularização da carga da região. Uma das ações é a contratação de mão de obra temporária e veículos adicionais. Além disso, conforme a estatal, hoje há programação reforçada de entregas.

Sobre a desavença ocorrida no centro de distribuição, a empresa explicou que se tratava de um caso pontual na entrega, já que a encomenda de determinado cliente não estava disponível para a retirada da sua faixa de CEP (Código de Endereçamento Postal), e ser prevista entrega domiciliária.

GREVE - No Grande ABC, boa parte dos cerca de 600 funcionários dos Correios cruzou os braços por melhores condições no trabalho. A paralisação, que ocorreu em todo o País, protestava contra a suspensão de férias por 12 meses, a entrega de correspondências por dias alternados e o fechamento de agências.

A estatal aceitou discutir sobre as férias e concedeu as de quem sairia em maio e junho. Ainda, suspendeu a entrega em dias alternados e propôs reposição dos dias parados com duas horas a mais de trabalho por dia.