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Quem vai organizar essa bagunça?

Mais uma página da biografia do ex-presidente Lula foi escrita ontem. O Brasil parou para ver a Polícia Federal em ação no apartamento do petista

Roberto Silva
Do Diário do Grande ABC
05/03/2016 | 07:00
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Mais uma página da biografia do ex-presidente Lula foi escrita ontem. O Brasil parou para ver a Polícia Federal em ação no apartamento do petista, em São Bernardo. Foram levados documentos e objetos que podem comprovar – ou não – a participação dele em atos ilícitos. O Ministério Público Federal argumenta que ele recebeu vantagens financeiras de empreiteiras que tiveram contratos ilegais com o governo federal. O dinheiro desviado chegou ao ex-presidente, defendem os promotores. Levaram-no para depor. O País soube o significado de condução coercitiva. Nas ruas, os coxinhas (como os petistas chamam os tucanos) e os mortadelas (como os tucanos chamam os petistas) se dividiram, como torcidas de time de futebol. Chegaram a se agredir verbal e fisicamente. Os brasileiros estão divididos desde a eleição de 2014, em que Dilma Rousseff (PT) obteve 51,64% dos votos para se reeleger ao Palácio do Planalto. Do outro lado estavam 48,36% dos eleitores que escolheram Aécio Neves (PSDB). Durante os 12 anos anteriores o PT se gabou de fazer a maior revolução social que o Brasil já viu. Na nota divulgada ontem pelo Instituto Lula está um pouco da mensagem disseminada pelo petismo: “É uma violência contra a cidadania e contra o povo brasileiro, que reconhece em Lula o líder que uniu o Brasil e promoveu a maior ascensão social de nossa história”. A informação de que o ex-presidente uniu o Brasil não procede. Pelo contrário. Seu discurso é carregado de apologia à discórdia. Eles, da elite, estão contra nós, da classe pobre e trabalhadora, diz Lula, como se não fosse integrante da seleta classe A, ao cobrar R$ 300 mil por palestra. Os mortadelas ficam excitados. Na trincheira adversária, a oposição faz o mesmo. Trabalha pelo impeachment de Dilma e pela extinção política de Lula. Os coxinhas ficam exaltados. O Brasil continua parado. Dividido. A economia retraída. E o povo sofre com aumento da inflação, desemprego, alta dos juros. Estamos em crise financeira, política, moral, social e de justiça. A situação tende a piorar. Em todos os sentidos. Quem vai organizar essa bagunça?

Exagerou?
Ontem, desde às 6h30, a ação da Polícia Federal no apartamento de Lula não saiu do noticiário. Celebridades, políticos e cidadãos de carne e osso tomaram as redes sociais com informações e opiniões. Muita gente extrapolou nas postagens. A deputada estadual Vanessa Damo (PMDB), por exemplo, chegou a dizer que o ex-presidente havia sido preso. “Lula não foi preso... quanta desinformação!”, comentou o ex-vice-prefeito de Mauá Paulo Eugenio Pereira (PT). O juiz Sérgio Moro discorreu em seu despacho: “Medida da espécie não implica cerceamento real da liberdade de locomoção, visto que dirigida apenas à tomada de depoimento”.

Último ato?
O vereador de Mauá Wagner Rubinelli está de malas prontas para deixar o PT. Ontem, porém, foi ao aeroporto de Congonhas no momento em que Lula prestava depoimento à Polícia Federal. O parlamentar foi com os colegas de Câmara Marcelo Oliveira (PT) e José Luiz Cassimiro (PT). Rubinelli não foi com bandeira nem vestido de vermelho. Foi dar apoio ou adeus ao ex-presidente em um de seus últimos atos como petista?

Indefinição tucana
O PSDB de Diadema começou ontem série de reuniões para tentar demover José Augusto da Silva Ramos da ideia de não concorrer à Câmara em outubro. O atual secretário de Saúde diz estar cansado, com 68 anos, e defende a preparação de outro nome. Na visão da direção da legenda, ele seria puxador de votos. Há quem defenda, inclusive, que ele seja candidato a prefeito. A expectativa é de definição do caso até o fim da semana que vem. 




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