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Indústria manterá reação em 2011
Por Wagner Oliveira
Enviado a Curitiba
08/12/2010 | 07:10
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Em recuperação, os fabricantes de motocicletas vão alcançar, em 2011, os mesmos níveis de vendas registrados em 2008 - ano em que o setor teve o melhor desempenho de todos os tempos até ser atingido pela crise financeira mundial. De acordo com a Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Veículos Automotores), o mercado nacional deverá atingir no ano que vem emplacamento de 1,827 milhão de unidades.

"Se continuarmos a trajetória de recuperação, três anos depois esperamos alcançar os números registrados em 2008", afirmou Jaime Teruo Matsui, presidente da Abraciclo.

Após um 2009 de queda expressiva, a indústria de duas rodas vem conseguindo inverter a trajetória ao longo deste ano. Só no mês de novembro, as vendas de motocicleta registraram alta de 9,2% em relação ao mês passado. Já a produção apresentou crescimento de 6,5% frente a outubro.

O bom desempenho não para por aí. Comparadas com o mesmo período de 2009, as vendas e a produção registraram avanço de 45,9% e 484,4%, respectivamente. No acumulado do ano, a produção apresentou incremento de 17,9%, com 1.719.073 unidades - contra 1.458.438 no mesmo período do ano passado.

"O setor está mais maduro. O aquecimento do mercado após a crise, que se estendeu até meados de 2009, favorece recuperação gradual e consistente", disse Matsui.

Nas exportações, novembro apresentou aumento de 7,5% sobre outubro. Já no comparativo com novembro do ano passado, houve acréscimo de 24,4%.

Só que as últimas medidas anunciadas pelo governo devem trazer impacto para o segmento de duas rodas - muito dependente da disponbilidade de crédito. De acordo com dados da Abraciclo, 52% das motocicletas são financiadas no Brasil.

Após anúncio feito no dia 3 pelo Banco Central, as compras realizadas por meio de financiadoras terão maior rigor para aprovação de crédito - e menos facilidades. Segundo a decisão, o máximo de parcelas possíveis para financiamento de um produto será de 36 vezes, e as lojas deverão exigir entrada de, no mínimo, 20% do valor total do bem adquirido no momento da compra.

Para evitar que as medidas voltem a abater o setor, a Abraciclo vai reforçar estratégias de vendas por meio de consórcio, que atualmente representam 28% dos negócios. "Durante a crise de 2008, o setor apostou na modalidade, elevando a participação de 22% para os atuais 28%", afirmou Moacir Alberto Paes, diretor-executivo da Abraciclo.

Para a associação, ainda não dá para mensurar o impacto que as modificações na exigiência para a liberação de financiamento terá sobre o setor. Para a entidade, ainda é prematuro para se fazer avaliação precisa.

"A modificação no processo de aprovação do crédito serviu para permitir crescimento gradativo e planejado. Hoje a inadimplência está controlada e o setor mais maduro. Os avanços alcançados são reais e o setor está preparado para eles", disse o dirigente.

As medidas também chegam em um instante em que a indústria aumenta sua capacidade instalada. Ao longo deste ano, o setor investiu R$ 176 milhões na ampliação de fábricas, tecnologia e novos produtos. A Honda, por exemplo, que domina 78% das vendas internas, inaugurou unidade industrial, em Manaus, para elevar em 1 milhão de unidades a produção anual.

A Yamaha também duplicou sua capacidade, estando apta agora para produzir 600 mil motocicletas por ano. Ao todo, a indústria já tem condições de produzir 3 milhões de unidades por ano no Brasil. Com isso, as montadoras locais se preparam para manter o domínio do mercado nacional diante da possibilidade da chegada de novos competidores.




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