O facão que o prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), tem passado em cargos comissionados chegou ao segundo escalão. O verde decidiu exonerar três figuras políticas que estavam em seu bloco desde pelo menos 2012, quando ele venceu pela primeira vez a corrida à Prefeitura.

As demissões de Joeder Souza, de Denise Ventrice e de Lafaiete Alves dos Santos, o Cherrinhos, foram publicadas na edição de quinta-feira do Diário Oficial. Joeder atuava como assistente na Secretaria de Cultura; Denise era diretora do Procon; e Cherrinhos atuava como oficial de gabinete do prefeito.

Assessor de Lauro ainda na época de vereança, Joeder dirigiu a Fundação Florestan Fernandes na primeira gestão do verde no Executivo. Denise, aliada da ex-deputada e atual secretária de Habitação, Regina Gonçalves (PV), dirigiu a Secretaria de Meio Ambiente também até 2016. Cherrinhos foi candidato a vereador na coligação do chefe do Executivo.

“Saio do governo tranquilo, com sentimento de missão cumprida. Minha trajetória com o prefeito é pública, todos sabem o que eu fiz por ele e o que ele fez por mim. É vida que segue, continuarei na vida pública, pois por onde passei posso voltar de cabeça erguida”, disse Joeder.

Denise, por sua vez, reclamou da postura do Paço. “O que mais me chateou foi o fato de não ter sido comunicada com antecedência. Trabalhei muito pelo prefeito e fui pega de surpresa por esta decisão. Ele poderia ter tratado a situação com mais clareza, mas há políticos e políticos, não é?”, questionou. Denise chegou a presidir o PV em Diadema, mas avisou que vai pedir desfiliação da legenda. “Não irei atrás do prefeito, não posso manchar minha história política desta forma. Pedirei desfiliação do PV o mais rápido possível, quero cortar qualquer relação com o partido e com o prefeito.”

Já Cherrinhos soube de seu desligamento pela equipe do Diário. “Você está falando sério? Acho que você está brincando comigo”, afirmou ele, dizendo que iria ligar para o prefeito. Não obteve sucesso. “É feriado, ele deve estar em algum passeio”, emendou. “Até agora não estou acreditando que ele me mandou embora. Acho que tem dedo da tia Regina (Gonçalves), já que não a ajudei em sua campanha (para federal). Ela ficou de me ajudar com meus projetos, mas nunca me ajudou. Não dá para acreditar. Não imagino o motivo de ter sido demitido. Achei uma covardia me mandar embora em um feriado prolongado”, comentou o agora ex-assessor. “A política é assim, quando não servimos mais, nos jogam fora. Somos descartáveis.”

Lauro exonerou Atevaldo Leitão (PSDB, ex-Segurança Alimentar), Marcel Soffner (ex-Defesa Social) e Carla Dualib (ex-Comunicação) do primeiro escalão. O verde avisou que as demissões seguirão. Ele minimizou motivações políticas e afirmou que os cortes são, basicamente, por falta de empenho.