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Árabes e judeus do Grande ABC resgatam memória
Por Ângela Corrêa
Do Diário do Grande ABC
10/07/2004 | 17:42
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Árabes e judeus estão organizando as memórias de suas trajetórias no Grande ABC. Em Santo André, três mulheres judias começaram a colher depoimentos para reuni-los num livro, enquanto o Museu Histórico de São Caetano (rua Maximiliano Lorenzini, 122, Fundação) exibe até o dia 30 a exposição As Mil e Uma Noites Árabes em São Caetano. A mostra reúne objetos pessoais e fotos emprestados por moradores oriundos da Síria e do Líbano.

O diretor do museu, Humberto Pastore, disse que em São Caetano houve grande miscigenação e as famílias tiveram dificuldade para resgatar as lembranças.

É o caso do comerciante libanês Nasrallah Rahal, 63 anos, radicado no Brasil há 48. “Eu vim do Líbano sim, mas não espere entrar na minha casa e ver um monte de tapetes orientais. Eu vivo aqui e tenho outros costumes, mas sem deixar de lado minha religião, o islã”. Ele chegou ao Brasil aos 15 anos, depois de uma viagem de 70 dias de navio. “Via no cinema aqueles filmes dos Estados Unidos, aquelas minas de ouro. Naquela época os jovens falavam que iriam fazer a América. Disse ao meu pai que faria o mesmo. Ele duvidou e me senti desafiado.”

O comerciante viveu quase seis anos em São Paulo, onde trabalhou como mascate, com muita dificuldade por causa da idioma. Mudou para São Caetano em 1958, onde abriu uma loja de roupas. Na cidade, conheceu sua mulher. “Minha mulher se converteu e casou na mesquita, mas nem ela nem meus (dois) filhos seguem a minha religião.”




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