A taxa básica de juros Selic não será alterada pelo BC (Banco Central) hoje. A previsão é do professor de macroeconomia da FGV-EESP (Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas), Rogério Mori. Portanto, na sua avaliação, até a próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do BC), em 45 dias, os juros do crédito ao consumidor não terão variações representativas.

A Selic é uma das ferramentas que o BC, como autarquia monetária nacional, tem para frear o consumo interno e segurar a explosão inflacionária.

A engrenagem, de modo geral, é simples. Alta na Selic resulta em expansão do juros no mercado interno, que desestimula o consumo, responsável pela demanda por produtos e serviços. Assim, com procura baixa, os setores têm dificuldade para aumentar os preços, então a inflação é resfriada.

"A taxa Selic deverá se manter inalterada na próxima reunião do Copom. Embora existam pressões inflacionárias de curto prazo, a economia brasileira começa a dar alguns sinais de acomodação da atividade econômica recente . Adicionalmente, o governo adotou conjunto de medidas para conter o crédito e o ideal será aguardar um pouco mais para verificar o grau de transitoriedade da inflação e os efeitos das medidas sobre o crédito", disse Mori por nota.

EFEITO - O professor destacou que "a Selic impacta diretamente nas operações de curtíssimo prazo entre instituições financeiras. Com a sua elevação, é natural que esse aumento seja repassado em alguma medida para as taxas de juros praticadas na ponta do empréstimo - consumidores. Em outras palavras, as taxas de juros para operações de crédito deverão subir em alguma medida se houver alta.

Após o anúncio do BC, hoje, sobre como fica a Selic, a próxima reunião do Copom será realizada em janeiro. A última alta no primeiro encontro de um ano dos diretores do BC ocorreu em 2005.