Rafael Rúbio Carveto, 10 anos, de São Bernardo, aprendeu na escola que o dinheiro é impresso pela Casa da Moeda em um papel especial que impede a falsificação. Agora quer saber quem manda fazer isso e como. "Acho que não dá para imprimir o quanto o banco quiser", diz o menino, que guarda sua grana num cofrinho e procura não gastar tudo, muito menos mais do que tem.
O dinheiro usado no Brasil é fabricado pela Casa da Moeda, que fica no Rio de Janeiro, e funciona como uma gráfica. Mas quem manda ela fazer isso é o Banco Central, responsável por colocá-lo em circulação.
Para isso, todos os anos, esse banco faz contas para saber quanto deve ser produzido no ano seguinte. Não pode fabricar quanto quiser; só o correspondente ao valor das riquezas que o País possui, acrescentando a previsão das novas riquezas que vai conquistar com o crescimento econômico e as notas e as moedas que ficaram velhas e têm de ser substituídas.
O cálculo é complicado. O BC - como o Banco Central também é chamado - funciona como se fosse um controlador, acompanhando os gastos e os ganhos de empresas e pessoas.
A fabricação também não é tarefa fácil. Precisa ser feita com cuidado para impedir falsificação. O papel é especial e chega à Casa da Moeda na forma de grandes folhas, que já vêm com todos os itens de segurança, como a marca d'água, um desenho que só aparece quando é visto contra a luz.
As notas levam nove dias para ficar prontas. Antes disso, a grande folha de papel passa por três impressoras que são responsáveis por marcar as cédulas com números, cores e imagens. Depois é cortada. Cada folha rende 50 notas, que são embaladas e distribuídas pelo BC para os bancos. Cada cédula dura cerca de 10 anos. Quando está rasgada e velhinha é recolhida e destruída.
No caso das moedas, a Casa da Moeda compra discos de metal de várias composições para transformá-los em dinheiro. Dependendo da moeda, é usada mais de uma matéria-prima. A de R$ 1, por exemplo, usa dois discos diferentes, um sobre o outro. Uma máquina grandona marca as duas faces (cara e coroa) ao mesmo tempo. O nome disso é cunhagem e demora dois dias de trabalho.
Diferentes moedas
Em geral, cada país tem a própria moeda. No Brasil, utiliza-se o real; no Japão, o iene; na Argentina, o peso argentino; na China, o yuan; no México, o peso mexicano.
Dólar é o nome da moeda oficial dos Estados Unidos, Canadá, Austrália e Nova Zelândia, mas em cada uma dessas nações, tem valor diferente. O dólar neozelandês, por exemplo, vale menos que o norte-americano. Há ainda países que substituíram sua antiga moeda pelo dólar norte-americano, como Timor Leste, Equador, Panamá e El Salvador.
Em 1999, vários países da Europa se uniram e criaram o euro, moeda única para ser utilizada em todos os que aderiram a ela no continente. O dinheiro entrou em circulação em 2002 e, atualmente, é usado por 16 das 27 nações que formam a União Européia, entre elas Alemanha, França, Espanha, Grécia, Irlanda, Itália e Portugal. A Inglaterra continua a usar somente a libra esterlina.
Pagamento era feito com sal
Antigamente, não existiam moedas nem notas de papel e as pessoas praticavam o escambo, troca de mercadorias. Se alguém tivesse pescado mais peixes do que o necessário para a família, trocava o que sobrava pelos produtos de outra. As mercadorias mais procuradas passaram a ser usadas como moeda e eram chamadas de moedas-mercadorias.
A carne de boi e o sal eram as principais moedas-mercadorias da época. Tanto que a palavra salário deriva da palavra sal que era usado para alguns pagamentos. Com o tempo ficou mais difícil realizar as trocas. O metal então passou a ser utilizado para isso. No início, em seu estado natural, depois em barras (como as de ouro) e em forma de objetos, como os anéis. As primeiras moedas surgiram onde hoje é a Turquia, no século 7 antes de Cristo. Tinham formato irregular e não se pareciam uma com a outra; cada uma tinha um tamanho.
Ouro e prata eram os únicos metais usados para isso. Uma moeda com 20 gramas de ouro, por exemplo, era trocada por uma mercadoria nesse mesmo valor. Até o final do século 19, os países faziam suas moedas de maior valor em ouro e as de menor em prata e cobre. Com o tempo, passaram a circular com o valor impresso em sua face.
A necessidade de guardar as moedas em segurança fez com que os ourives (negociantes de ouro e prata) passassem a aceitar a responsabilidade de guardar e cuidar do dinheiro dos clientes e a dar recibos com a quantidade guardada. Depois, os recibos passaram a servir como meio de pagamento. Assim, surgiram as primeiras cédulas de papel-moeda. Ao mesmo tempo, surgiram os bancos (locais seguros para se guardar os metais), que emitiam notas bancárias, parecidas com o dinheiro de hoje.
Em seguida, os governantes passaram a emitir suas próprias cédulas e moedas. Isso controlava as falsificações. Atualmente, quase todos os países possuem seus bancos centrais que são encarregados de emitir seu próprio dinheiro.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.