Antes de entregar panfleto com propaganda eleitoral do prefeito Aidan Ravin (PTB), que concorre à reeleição, em frente aos semáforos da cidade, os militantes do candidato fazem a seguinte pergunta: "Quer ficar bem informado?" No entanto, o material de campanha que é distribuído contém informações erradas, com feitos supostamente realizados pelo chefe do Executivo, mas que não foram concretizados de fato (veja arte ao lado).

Os dados divulgados na propaganda impressa não coincidem com informações enviadas recentemente pela própria Prefeitura. Os erros identificados pela equipe do Diário são na área da Habitação, Saúde, Educação, Cultura e Lazer. Algumas das obras que o material diz terem sido entregues pelo prefeito ainda não foram concluídas.

Por exemplo, o panfleto divulga que a atual administração entregou três UPAs (Unidades de Pronto Atendimentos 24 horas). No entanto, até o momento apenas duas foram inauguradas. O material também oculta o título de UPA, nome oficial do equipamento que virou bandeira do governo federal na área da Saúde. A intenção seria evitar créditos ao PT.

Na área da Habitação, a propaganda afirma que Aidan entregou mais de 1.700 unidades habitacionais. Porém, em abril, a Prefeitura divulgou que em três anos de mandato foram construídas 924 moradias. Desde então, a administração não entregou mais nenhuma unidade.

O panfleto, que teve tiragem de 40 mil exemplares, possui vários desenhos ilustrativos contando, em forma de história infantil, que Aidan ‘arrumou a casa' e tem mapa com as supostas obras do petebista.

De acordo com o especialista em Direito Eleitoral Fernando Molino, a entrega de material de campanha com informações equivocadas não deve resultar em pena pesada para Aidan. Mas há prejuízo para a imagem do candidato. "A princípio, se algum concorrente ou o Ministério Público entender que o caso esteja prejudicando o eleitor, poderá pedir a retirada de circulação do material. No entanto, acredito que dificilmente isso acabe se enquadrando em punição grave, como pedido de impugnação por abuso de poder econômico", explicou o advogado, que é sócio-fundador do IDPE (Instituto de Direito Político e Eleitoral).

O Diário procurou a coordenação de campanha de Aidan por várias vezes para esclarecer os motivos da distribuição de panfletos com informações incoerentes com a realidade. Mas a equipe do candidato não retornou aos contatos telefônicos e por e-mail.

Desde o início da corrida eleitoral, o petebista não divulga agenda e adota essa atitude como estratégia de campanha. Em ocasiões em que foi encontrado realizando atividades de rua, o prefeito não respondeu ao questionamentos da imprensa.