O comércio não para. Passada a correria das compras de Natal, os consumidores do Grande ABC saem às ruas em busca do traje perfeito para o Réveillon. Neste ano, o branco divide o cenário com peças douradas, pratas e amarelas, e o faturamento das lojas chega a aumentar até 15% em comparação aos dias comuns.

A marca Segment’s Roupas Brancas, com unidades em Santo André e Mauá, especialista em tons claros, está com os estoques reforçados para as compras dos próximos dias. Segundo o gerente Alexsandro Souza Matias, as peças deste ano estão bem diversificadas. “Até para que a gente consiga atrair esse público, temos roupas básicas, completamente brancas, mas temos também muitas com estampas, bordados, com detalhes (pedrarias) em prata ou dourado. Por conta da infinidade de opções conseguimos alcançar aumento entre 10% e 15% no faturamento do mês por conta da data.”

Na loja TVZ, do ParkShopping São Caetano, nesses últimos dias de 2013 há incremento de 6% no volume de vendas em comparação aos demais períodos do ano. Entre as peças, muitos bordados, paetês, brilhos – dourados e pratas. “É difícil a pessoa escolher uma peça lisa. Hoje, além das claras, as roupas de Réveillon têm mais glamour, são melhor cortadas e desenhadas”, cita a gerente da unidade, Renata Niglio. “Shorts e blusas de tom amarelo também estão sendo muito procurados”, assinala. Para os que acreditam, o tom tem o poder de atrair para o novo ano melhor saúde financeira.

Não é à toa que o dourado e o amarelo estão em alta, tanto no comércio popular quanto nos shoppings. Em 2013, o nível de endividamento das famílias atingiu o patamar mais alto já visto em outubro, último dado publicado pelo BC (Banco Central), comprometendo 45,38% da renda. Essa é uma das razões que justifica a contenção de gastos e o pior desempenho nas vendas natalinas desde 2004, segundo dados da Alshop (Associação Brasileira de Lojistas de Shopping).

PRESENÇA MASCULINA - Na loja Hering do shopping São Bernardo Plaza, as mulheres são responsáveis pela maior demanda de roupas em geral. Nas contas da gerente do estabelecimento, Simone Baldi, apenas 20% das vendas são para o público masculino.

No entanto, depois do Natal as coisas mudam um pouco. Principalmente ao considerar os itens comercializados especificamente para quem quer se vestir bem durante a virada do ano. “Os homens passam a representar 30% do público.” A aposta da loja está nas cores brancas.

O bancário andreense João Ribeiro, 22 anos, é um representante do sexo masculino que foi às compras e acredita na mensagem que a cor da roupa transmite. “Comprei camisa e cueca amarela e apostei na Mega Sena. Escolhi o amarelo porque no amor está tudo bem. Mas em 2014 quero buscar crescimento profissional e ganhar mais dinheiro”, conta ele, que vai completar o visual com bermuda e chinelo brancos. Afinal, um pouco de paz não faz mal a ninguém.

(Colaboraram Pedro Souza e Soraia Abreu Pedrozo)