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BoE justifica erros com ambiente macroeconômico pior
20/12/2013 | 04:40
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O Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) culpou a economia global mais fraca, as apertadas condições de crédito e uma elevada incerteza pós-crise para justificar as frustrações com as projeções econômicas nos últimos anos.

Em artigo publicado no boletim trimestral do BoE, os membros da autoridade monetária notaram que desde o começo da crise financeira o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e a inflação medida pelo índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) têm repetidamente decepcionado as expectativas centrais do Comitê de Política Monetária.

Depois da forte queda nos níveis de produção em 2008 e 2009, as expectativas centrais do comitê de política monetária projetavam uma aceleração no crescimento acima da média observada nos níveis históricos. A inflação deveria recuar para a meta de 2% em dois anos. "Mas no quarto trimestre o crescimento do PIB médio foi de cerca de 1% desde o primeiro trimestre de 2010 e a inflação permaneceu acima da meta", lembrou o BoE, em boletim trimestral.

No entanto, os membros da autoridade monetária afirmaram que essa frustração tem sido similar a de muitos outros especialistas estrangeiros.

O ex-membro do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) David Stockton rebateu a acusação e disse que "desde o início da crise, o Comitê de Política Monetária fez erros maiores que os projetados para o crescimento do que a média de erros dos estrangeiros, apesar de as diferenças não serem alarmantes".

O boletim publicado pelo BoE culpa a fraca atividade global, especialmente na zona do euro, e o fato de que as exportações do Reino Unido não ganharam a participação de mercado como se esperava. As condições de crédito mais fracas também continuaram apertadas e as incertezas se dissiparam mais lentamente do que se projetava.

"Juntas, a demanda global inesperadamente mais fraca, uma queda nas participações das exportações, condições de crédito mais fracas e elevada incerteza pesaram significativamente na demanda do Reino Unido desde meados de 2010, e responderam por cerca de dois terços da queda do PIB", afirmou o relatório.

Os membros do BoE também disseram que apesar da oferta de trabalho ter aumentado, isso foi compensado por uma produtividade mais fraca desde meados de 2010. Isso pode explicar a resiliência da inflação face à fraca demanda, disse o documento.

No entanto, o artigo publicado no boletim trimestral pondera que o comitê do BoE mostrou humildade e que as projeções agora deverão ser mais contidas. "As projeções no Relatório de Inflação refletem a experiência dos últimos anos", afirmou o documento, ao lembrar que a expectativa para o crescimento global deve se fortalecer apenas gradualmente. A projeção para a participação do Reino Unido nas exportações globais também deixou de prever que haverá um crescimento. Fonte: Market News International.




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