A ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) quer resolver no máximo em 90 dias três questões prioritárias para desembaraçar alguns dos chamados gargalos das ferrovias. O rol inclui novo acesso ferroviário para o Porto de Santos (em que se insere a disputa entre as operadoras MRS e Ferroban), o ferroanel e a questão societária que envolve o excesso de participação da CVRD (Companhia Vale do Rio Doce) no setor.

As informações foram dadas pelo diretor-geral da agência, José Alexandre Resende, durante o 24º Enaex (Encontro Nacional de Comércio Exterior), que terminou nesta quarta-feira, no Hotel Transamérica, na capital paulista. “No prazo de três meses, no máximo, queremos estar com esses assuntos definidos”, disse Resende.

Para o acesso ao Porto de Santos, o diretor disse que uma das soluções prevê nova linha na margem direita do estuário, que operaria com bitola mista, permitindo o tráfego de composições tanto de bitola larga quanto estreita. A região, segundo ele, oferece plataforma para a instalação. “Mas ainda estamos fechando o modelo, pois depende de fixar a faixa de domínio da MRS ou mesmo eventualmente de incorporar um ativo à Ferroban, o que exigiria também elevação no seu arrendamento”, afirmou.

Resende afirmou que a ANTT também está finalizando a análise para autorização do ferroanel, projeto de anel ferroviário para circundar a capital paulista e facilitar as idas e vindas ao Porto de Santos. “É mais uma iniciativa para agilizar a movimentação portuária”, destacou.

O último assunto refere-se à questão societária na MRS Logística. “E requer muita atenção, pois envolve pendências financeiras dos anos 80 da Vale com a Rede Ferroviária Federal”, contou Resende, acrescentando que, à época, os acordos entre as duas empresas previram pagamento em dinheiro ou em obras, o que atualmente tem dificultado o dimensionamento de montantes.