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Varig: decisão final sai na 2ª feira
Da AE
01/07/2006 | 10:29
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O Ministério Público do Rio deu ontem parecer favorável à proposta da VarigLog de comprar a ex-controladora por cerca de US$ 500 milhões. A VarigLog se comprometeu a manter o programa de milhagem Smiles e declarou que se propõe a honrar todas as milhas dos cerca de 6 milhões de usuários. O fundo de pensão Aerus também receberá um aporte de capital para minimizar o débito de R$ 2,3 bilhões da Varig. Deste total, R$ 1,1 bilhão já foi repactuado e o R$ 1,2 bilhão restante é o dinheiro que a Varig deveria ter depositado no fundo para pagar benefícios de aposentados e pensionistas. O próximo passo para a compra da Varig por sua ex-subsidiária deverá ser a convocação de assembléia de credores para avaliar o plano, no dia 10. No dia seguinte, a expectativa é de que seja realizado novo leilão judicial.

Ontem, a VarigLog depositou mais US$ 1,5 milhão para as despesas emergenciais da Varig, totalizando o aporte de US$ 7 milhões na empresa nos últimos cinco dias. Há ainda US$ 13 milhões reservados para custear a operação da Varig até o leilão. "Conforme as explicações dadas pelos investidores, estamos mais seguros de que uma solução viável aconteça rapidamente", afirmou o juiz Luiz Roberto Ayoub, responsável pela recuperação judicial da Varig.

Edital - Neste fim de semana, o administrador judicial da companhia, a consultoria Deloitte, e a Varig vão trabalhar no edital da concorrência, que poderá ficar pronto na segunda-feira. Nesse mesmo dia, o Ayoub deverá divulgar sua posição sobre a proposta da VarigLog, fundamentada pelos pareceres do MP e da consultoria Deloitte. Ayoub informou ontem que a Deloitte ainda não entregou seu parecer, mas que a consultoria manifestou-se favorável à proposta da VarigLog informalmente.

"Qual era a situação depois do leilão ter sido julgado deserto (anulado)? A falência estava se aproximando. Apareceu a VarigLog e imediatamente fez aporte grande de capital. Ela vem mantendo a Varig e fez uma proposta séria. Eu particularmente estou animado", disse o juiz Paulo Roberto Fragoso, da comissão de juízes do caso Varig. Ele se referiu à anulação do leilão da Varig realizado no dia 8 e que foi vencido pelo TGV (Trabalhadores do Grupo Varig), que não conseguiu dinheiro para cobrir sua oferta de R$ 1 bilhão.

Fragoso afirmou que a VarigLog esclareceu a principal dúvida sobre a proposta, que era garantir a continuidade da operação da chamada "Varig antiga", que ficará com 5% da Varig resultante da reestruturação e herdará passivos de cerca de R$ 7,9 bilhões, segundo balanço de 2005. Essa empresa será separada da nova Varig e deverá ter um número reduzido de funcionários.   Além disso, Fragoso conta que ela terá custos reduzidos, mas não soube informar se a Varig antiga vai ter operações de vôo. VarigLog foi comprada em dezembro do ano passado pela Volo do Brasil, consórcio formado pelo fundo de investimentos americano Matlin Patterson com três sócios brasileiros.



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