O grupo palestino que seqüestrou há três meses o jornalista da BBC Alan Johnston ameaçou neste domingo matá-lo caso não chegue a um acordo para sua libertação.

"Se não chegarmos a um acordo e a situação piorar para nós, vamos os unir a Deus e não teremos outra opção a não ser degolar o jornalista", informou à imprensa o porta-voz encapuzado do Exército do Islã.

Horas antes, um porta-voz do Hamas havia declarado que o jornalista poderia ser libertado "em breve”. "Estão sendo realizados grandes esforços que deverão levar em breve à libertação de Alan Johnston", afirmou Sami Abu Zuhri.

Imediatamente depois de tomar o controle à força na Faixa de Gaza na sexta-feira, o movimento islâmico assegurou que realiza esforços para libertar Alan Johnston. A vitória do Hamas na Faixa de Gaza tornará "mais fácil" a libertação do jornalista, havia afirmado o primeiro-ministro palestino destituído, Ismail Haniyeh, ao jornal francês Le Figaro.

"Faremos com que a disciplina e a lei reinem em Gaza. Assim será mais fácil obter a libertação do jornalista britânico Alan Johnston. Seus seqüestradores nos escutarão mais", disse Haniyeh.

Correspondente da BBC em Gaza desde abril de 2004, Alan Johnston, 45 anos, foi seqüestrado no dia 12 de março por homens armados quando voltava de carro para sua casa, segundo fontes de segurança palestinas.

Seu seqüestro foi reivindicado no dia 9 de maio pelo Exército do Islã em uma gravação sonora. Um primeiro vídeo do jornalista seqüestrado foi divulgado no dia 1o de junho, no qual disse estar em bom estado de saúde.