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Nível de confiança da indústria na região tem queda em outubro

Levantamento revela que índice recuou de 59,1 pontos em setembro para 57,6 no mês passado

Da Redação
08/11/2021 | 00:01
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Em cenário marcado pela pandemia, o Icei (Índice de Confiança da Indústria) do Grande ABC baixou em outubro de 2021 comparativamente a outubro de 2020, passando de 59,1 para 57,6 pontos em escala que vai de 0 a 100. No Brasil houve igual movimento, com a confiança descendo de 61,8 para 57,8 pontos em um ano, segundo pesquisa da CNI-Fiesp (Confederação Nacional da Indústria e Federação das Indústrias de São Paulo), com recorte regional realizado pela Universidade Metodista de São Paulo.

Os indicadores mais problemáticos sobre o sentimento dos gestores industriais estão na expectativa em relação à economia (que baixou de 55,4 para 53,3 pontos na região) e condições da empresa (com queda de 57,1 para também 53,3 pontos). “Um ponto a ser observado é a influência da baixa capacidade do governo em realizar as reformas prometidas e baixa efetividade das ações realizadas até o momento”, pontua o professor Sandro Maskio, do Observatório Econômico da Metodista, responsável pelo estudo regional.

OCIOSIDADE
A pesquisa CNI-Fiesp tem como parâmetros as avaliações pessimista (0 a 49), indiferente (50) e otimista (51 a 100 pontos). Um dos quadros apresentados nesta edição do Boletim IndústriABC é a queda na utilização da capacidade instalada no Grande ABC, de 71% em junho para 64% em setembro (último dado disponível), reforçando a retração da produção na região no último trimestre.

“A principal causa a abater estes setores está relacionada à escassez mundial de alguns insumos produtivos, custo de importação e ao estrangulamento logístico no mercado internacional. Também chama a atenção o custo da energia elétrica como um dos gargalos mais preocupantes que devem permanecer nos próximos meses”, avalia Maskio.

A indústria do Grande ABC registrou período de retração mais curto entre dezembro e janeiro últimos (46,4 e 48,8), após recuperação da produção industrial apontada nos meses do segundo semestre de 2020 (todos acima de 50 pontos, com pico de 63,3). Contudo, no último trimestre entre julho e setembro de 2021, os industriais têm apontado queda no volume de produção (48,2 em julho, 48 em agosto e 43,3 em setembro).

Sobre o mercado de trabalho no Grande ABC, no primeiro semestre de 2020 (auge da pandemia) houve perda de 9.314 empregos formais no setor, fechando o ano com saldo negativo de 6.791. Já em 2021, o resultado acumulado até setembro registra saldo positivo de 7.628 empregos formais na indústria.

Ao longo de 2021 observa-se alta na alteração no volume de estoques efetivos (49 em janeiro para 57,5 em setembro), assim como na intenção de investimentos (de 53,1 pontos em agosto de 2019 para 63,5 em agosto último), numa tentativa de ir repondo a produção. A intenção em investir chegou a baixar para níveis de 21,4 e 39,1 pontos no primeiro semestre deste ano.

Há dois anos, em setembro de 2019, a falta ou alto custo de matéria-prima e de energia (33,3) não apareciam entre os principais problemas enfrentados pela indústria regional. Agora o nível de preocupação surge com 80 e 33 pontos, respetivamente. Continua figurando entre as principais queixas a elevada carga tributária sobre o setor produtivo (46,4 pontos), em especial em um momento de retomada da atividade produtiva. “Isso revela os efeitos deste crônico problema para a atividade produtiva, e ao que tudo indica sem perspectiva de melhora, apesar dos discursos reformistas”, avalia o docente da Metodista.

BAIXA TECNOLOGIA
Outro dado destacado pelo estudo para uma avaliação qualitativa das transformações do setor industrial nas últimas décadas é que o setor tem se concentrado em áreas de menor complexidade. Segundo dados da PIA (Pesquisa Industrial Anual) do IBGE, em 1998 cerca de 35% do VTI (Valor de Transformação Industrial) era proveniente de setores de média-alta e alta intensidade tecnológica, de acordo com a metodologia de classificação da OCDE. Em 2019, último ano de divulgação da PIA, apenas 25% do VTI foram provenientes de setores de média-alta e alta intensidade tecnológica. Enquanto isso, a participação dos setores de média-baixa e baixa intensidade tecnológica aumentou de 47% para 61% do VTI. 




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