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Com estoque baixo, bancos de sangue pedem socorro na região

Hemocentros têm bolsa para demanda de uma semana, longe do ideal, que seria para 20 dias

Por Yasmin Assagra
Do Diário do Grande ABC
15/12/2020 | 00:01
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DGABC


Com os estoques abaixo do considerado ideal para atender à demanda, os bancos de sangue do Grande ABC pedem socorro para tentar mudar o quadro que, como outros setores, tem sido amplamente prejudicado pela Covid-19, já que as pessoas estão com medo de ir aos postos de coleta para fazer a doação. No momento, os centros de Santo André, São Bernardo e São Caetano guardam cerca de 1.000 bolsas, quando a quantidade necessária para ter fôlego seria 2.500. Os três equipamentos possuem estoque para até uma semana, mas o ideal seria uma reserva para os próximos 20 dias.

Apesar de os laboratórios tomarem todos os cuidados para evitar qualquer tipo de contato ou contaminação, as pessoas sentem receio e ficam inseguras em acessar os hemocentros e doar. Em março, a região contava com quatro equipamentos e um – no Centro Hospitalar Santo André – precisou ser fechado, já que o banco ficava próximo de pacientes em tratamento contra o vírus. A Colsan tentou reabrir o espaço em meados de outubro, mas a unidade precisou usar o local para seguir com os tratamentos e só em janeiro será reaberto. 

"Neste ano, nosso trabalho foi e está sendo de formiguinha. A doação está muito fraca, e todos os anos sofremos com a queda no número de doadores em dezembro, que é normal, digamos assim, mas este ano está pior”, avalia Solange Rios, gerente administrativa da regional do Grande ABC da Colsan.

Ela observa que houve aumento entre os meses de outubro e novembro, mas nada comparado ao ano passado. Em outubro deste ano, por exemplo, a expectativa era somar 6.800 bolsas coletadas nas três unidades, porém, foram recolhidas apenas 5.700. Já em novembro, a estimativa apontava para 7.900, mas alcançou somente 5.500. Em dezembro, com o aumento de casos e mortes pela Covid e temor de uma segunda onda, o movimento caiu ainda mais. Até o último sábado, a Colsan apostava em 3.700 bolsas coletadas, mas foram apenas 2.700. Para o mês inteiro, a previsão é de 6.500. 

Conforme já noticiado pelo Diário na útima semana, quatro cidades da região suspenderam, temporariamente, a realização de cirurgias eletivas para liberar leitos para os pacientes contaminados pela Covid-19 e, por conta disso, Solange acredita que pode dar uma “aliviada” nos estoques. “Até semana passada ainda estavam fazendo as cirurgias, mas após os decretos, pode ser que diminuam as transfusões”, avalia. Para o mês de janeiro, a gerente acredita que o cenário será o mesmo, já que os problemas se estendem em época de férias. 

Antes da pandemia, a Colsan contava com a parceria de escolas e faculdades para suprir a necessidade, o que hoje não é mais possível. “Entramos em contato com os familiares (de pacientes que seguem internados)para nos ajudarem a manter nosso estoque, divulgarem e repassarem a informação de que estamos precisando. Falamos também com igrejas, que sempre nos ajudam, e outros projetos que destinam uma divulgação para doação de sangue”, completa a gerente da Colsan. 

Para mais informações sobre os horários e endereços dos postos para doações de sangue, é necessário acessar o site www.colsan.org.br/site/doador/locais-para-doacao-de-sangue. Todos os hemocentros são higienizados constantemente e respeitam o distancimento físico e outras regras sanitárias, além do que o uso de máscara é obrigatório.




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