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Solana diz que negociações de paz no Oriente Médio estão vivas
Por Da AFP
13/11/2004 | 15:42
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O alto representante da UE (União Européia) para a política externa, Javier Solana, afirmou que a morte do líder palestino Yasser Arafat não significa o fim do Mapa do Caminho, plano de paz internacional desenhado para por um fim ao conflito entre israelenses e palestinos.

Solana foi uma das poucas presenças estrangeiras no enterro de Arafat em Ramallah, na Cisjordânia. Ele se reuniu com representantes palestinos para garantir-lhes o apoio da Europa para relançar o processo de paz na era pós-Arafat.

AFP - O que representou para o senhor vir à Muqata para o enterro de Arafat, um lugar no qual já se reuniu outras vezes com o líder palestino?

Solana - Estive na Muqata muitas vezes, algumas em situações muito difíceis, do primeiro ao último dia. É, sem dúvida, um momento muito emocionante e devemos prestar nossa solidariedade ao povo palestino, que sofreu muito durante muitos anos e que tem um sonho: um Estado onde possa viver em paz e em boa companhia com seus vizinhos israelenses. Nós, as pessoas com responsabilidade no âmbito internacional, temos que fazer tudo para que se cumpra o quanto antes.

AFP - O que a morte de Yasser Arafat vai mudar no cenário deste conflito?

Solana - Yasser Arafat era uma figura de grandes proporções e será difícil substituí-lo em 24 horas, mas a impressão que tenho depois de falar com os dirigentes que o substituem provisoriamente é que estão unidos. Sei que é gente de paz e que estão determinados a levar adiante o projeto de dois Estados.

AFP - É possível ainda falar em impulsionar o Mapa do Caminho ou este é um plano de paz que morreu?

Solana - Ao contrário, o Mapa do Caminho (plano de paz idealizado pela ONU, a UE, os Estados Unidos e a Rússia) está hoje mais vivo do que nunca, assim como a garantia de existência de dois Estados e vamos trabalhar com os líderes que serão escolhidos nas eleições palestinas para impulsioná-lo.

AFP - Considera possível a realização de eleições no prazo previsto pela lei palestina, ou seja, em 60 dias?

Solana - Estou convencido de que as eleições serão celebradas no prazo marcado pela lei fundamental palestina. Os dirigentes são conscientes da necessidade de levar adiante o processo eleitoral, estipulado pela Constituição e a partir daí, poder começar uma nova etapa da vida palestina.

AFP - O que os dirigentes palestinos pediram à UE depois do enterro de Arafat em Ramallah?

Solana - Fundamentalmente, garantias de que continuaremos trabalhando em conjunto para fazer o Mapa do Caminho avançar. Isto tem a ver com as eleições, por exemplo ajudá-los a implantar medidas de segurança para celebrá-las. Há também questões econômicas nas quais Israel deverá ajudar em importantes reformas para que, quando os palestinos tiverem seu Estado, este seja sólido e moderno. Acho que o que estamos fazendo em Ramallah, prestando nossa solidariedade ao povo palestino nestes momentos difíceis, também é uma amostra do que a Europa quer fazer por eles.




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