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Ricardo Berzoini é criticado em sessão da CCJ no Senado
Por Do Diário OnLine
Com Agências
19/11/2003 | 17:38
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O ministro da Previdência Social, Ricardo Berzoini, voltou a ser alvo de ataques por parte de senadores tanto da base aliada quanto da oposição, nesta quarta-feira. Durante a votação das emendas à reforma da Previdência, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, eles voltaram a criticar as atitudes do ministro com relação ao episódio do recadastramento dos idosos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

De acordo com a Agência Senado, o senador Sérgio Cabral (PMDB-RJ) disse que o ministro foi insensível e incompetente perante as necessidades de "milhões de aposentados" que são obrigados a se recadastrarem. Ele pediu que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva interfira na questão e prorrogue o prazo para o recadastramento.

Já o parlamentar do PSDB Álvaro Dias (PR) defendeu a emenda, apresentada pelo senador tucano Tasso Jereissati (CE) à reforma previdenciária e já rejeitada na CCJ, que sugeria a criação de um registro único no Regime Geral de Previdência Social (RGPS). Ele disse que, se a sistemática fosse adotada, a situação atual "de humilhação e sofrimento a que os aposentados são submetidos" poderia ser evitada. Aproveitando o 'gancho', Jereissati também enalteceu a sua proposta e disse que se ela fosse aceita, os transtornos e fraudes poderiam não acontecer.

Seguindo o corporativismo da oposição, o José Jorge (PFL-PE) afirmou que o modelo sugerido na emenda seria uma lição para Berzoini, de modelo de cadastramento. "Esse sistema, se adotado, poderia impedir que ministros incompetentes continuassem a perseguir velhinhos. A implantação do registro único hoje é fácil, pois a tecnologia desenvolveu-se muito. O ministro Berzoini perdeu quatro pênaltis neste episódio: quando adotou o sistema errado de recadastramento, quando mandou velhos para a fila, quando se recusou a pedir desculpas e quando pediu desculpas porque o ministro José Dirceu, da Casa Civil, mandou", disse.

Defesa - Se vendo na necessidade de cumprir o seu papel, o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), saiu em defesa de Ricardo Berzoini. Ele disse que a atitude do ministro se justifica pela quantidade de fraudes existentes no Brasil. Para ilustrar o seu argumento, o petista disse que uma amostragem realizada na Paraíba mostrou que um terço dos pesquisados já haviam morrido e continuavam a constar como beneficiários.

Porém, Mercadante admitiu que o procedimento adotado pelo ministério causou incômodos aos idosos e que a forma de recadastrar os aposentados deveria ser diferente.

Reunião - O presidente Lula convocou nesta quarta uma reunião em caráter de urgência com o ministro da Previdência Social, Ricardo Berzoini. Neste encontro, ficou definido que uma Medida Provisória (MP) será editada garantindo que aposentados e pensionistas que recebem recursos do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) possam requerer a revisão dos benefícios até 2008.




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