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Parreira espera dificuldades para o Brasil
Maria Clara Cabral
Do Diário do Grande ABC
Com AE
19/11/2004 | 10:15
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A tranqüila classificação da Seleção Brasileira para a Copa da Alemanha pode ter sido apenas um sonho. O próprio Carlos Alberto Parreira deixou escapar depois da derrota para o Equador, na última quarta-feira, que a situação pode piorar em 2005. "O jogo contra os equatorianos foi só o primeiro dos quatro que eu considero de alto risco nas Eliminatórias. Os outros três são o Uruguai, em Montevidéu; a Argentina, em Buenos Aires, e a Bolívia, em La Paz", avisou Parreira.

O fracasso em seu primeiro desafio considerado de risco fez o treinador mudar de discurso. Ao desembarcar em São Paulo, Parreira esqueceu o que havia dito na véspera do jogo: que desejava vencer o Equador para terminar 2004 com o Brasil invicto e em primeiro nas Eliminatórias. Ao contrário, o técnico disse que "o que vale agora é conseguir se classificar para a Copa. Não importa ser o primeiro das Eliminatórias. O Brasil conseguiu a vaga em quarto para 2002 e foi campeão. Não tem de ficar valorizando essa derrota".

No vôo de volta do Equador o clima também demonstrava o desconforto dos jogadores. O comportamento de Kaká no avião foi um dos mais significativos. O atleta não quis conversar nem com os seus companheiros e fez questão de ficar isolado. Sem paciência para dar entrevistas, falou rapidamente que a culpa da derrota foi da altitude. "Eu nunca havia jogado em uma cidade tão alta como Quito. A bola corria demais. O Brasil sentiu a altitude e só. Não tem nada demais", declarou.

Roque Júnior também mostrava raiva com as cobranças dos repórteres pela derrota. O zagueiro, que falhou no gol do Equador, foi seco nas suas explicações. "Não existe motivo para grandes cobranças. O time fez o que pôde na altitude. Perdeu, mas está bem na classificação e pronto."

Só que o próprio capitão Cafu não se conformou com as explicações pífias dos companheiros. Foi fundo na questão da altitude. "Não existe essa história de buscar desculpa na altitude. Todos sabíamos que iríamos encontrar em Quito. Faltou futebol à seleção. Temos de admitir e trabalhar para corrigir. Temos que assumir quando jogamos mal. Não precisa ter vergonha de falar o que todo mundo viu."

Para diminuir o efeito da derrota contra o Equador, o Brasil deve apostar em uma jogada estratégica. A CBF quer realizar um amistoso dentro do país na quarta-feira de cinzas de 2005, dia 9 de fevereiro, antes do próximo jogo oficial pelas Eliminatórias contra o Peru, marcado para 26 de março, em Goiânia. O adversário do amistoso deverá ser fraco, se possível disposto a tomar uma goleada que resgate a confiança do torcedor e da mídia na seleção de Parreira.




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