"A crescente pressão sobre a República Democrática Popular da Coréia (RDPC) para colocá-la de joelhos só tornará inevitável um confronto", afirma o jornal oficial Rodong Sinmun. "Se os Estados Unidos recorrerem finalmente à opção militar, rejeitando a proposta da Coréia de negociações diretas, isso levará a uma situação catastrófica", acrescentou.

O jornal reitera que a crise nuclear não é uma questão que deva ser resolvida em um marco multilateral, como exige Washington. "Mas é possível chegar a uma solução se a RDPC e os Estados Unidos se sentarem frente à frente para uma discussão sincera", afirma.

Enquanto Washington protestava oficialmente pela recente interceptação de um avião espião americano por aparelhos de combate norte-coreanos, o último incidente de uma longa série entre os dois países, o jornal oficial do governo daquele país voltou a exigir negociações diretas para evitar uma catástrofe, depois de cinco meses de atritos pela questão nuclear.

Pyongyang conta com o respaldo da China para seu pedido de negociações diretas com os Estados Unidos. O presidente chinês, Jiang Zemin, declarou a seu colega norte-americano que a sinceridade tem mais importância no diálogo com a Coréia do Norte, informou esta terça-feira a agência Nova China. "A chave é a sinceridade entre as duas partes e um diálogo substancial que produza resultados", acrescentou Jiang durante a conversa que teve com George W. Bush na segunda.

Os Estados Unidos continuam rejeitando a forma de negociações proposta pela Coréia do Norte para não dar a impressão de ceder a uma chantagem com armas nucleares. Washington exige como condição prévia que Pyongyang desista de suas ambições nucleares e que sejam realizadas discussões regionais, com a participação de Rússia, China, Coréia do Sul e Japão.