Para o economista-chefe do BicBanco, Luiz Rabi, na hora de aplicar seus recursos, a pessoa deve levar em conta antes de tudo duas questões principais: o montante que tem disponível e o perfil do risco que ele quer assumir. “Abaixo de R$ 10 mil, tem de ir para a caderneta de poupança. Se buscar um fundo de renda fixa, não fará muita diferença em relação à poupança, por causa da taxa de administração e porque pagará Imposto de Renda”, disse.
Acima desse valor, Rabi avalia que parte do montante pode ser direcionado à bolsa. “Pelas impressões iniciais, os discursos de Lula e de Palocci (o ministro da Fazenda, Antônio Palocci) de que vão manter as linhas mestras da política econômica criaram uma repercussão positiva no mercado financeiro.” O economista orienta a aplicação de 80% em fundos de renda fixa, que acompanham o CDI (Certificados de Depósito Interbancário) e as taxas básicas de juros. “Os juros estão altos, não vejo chance de dar menos de 19% de rentabilidade.” Para os restantes 20% dos recursos, ele recomenda os fundos de ações.
Já o sócio da consultoria Finance-Tech e professor de economia da FGV-Strong, de Santo André, Agnaldo Pereira dos Santos, avalia que quem tem menos de R$ 10 mil para investir pode fugir da poupança, que no ano passado rendeu magros 9,1%. A inflação, pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) ficou em 12,4%, por estimativa do BC (Banco Central).
Santos aconselha o pequeno aplicador a optar pelos Fundos DI, que também acompanham as taxas básicas de juros. “Mas tomando cuidado em analisar a rentabilidade e as taxas de administração que são cobradas. Algumas instituições cobram taxas administrativas altas e corre-se o risco de ter rentabilidade negativa”, afirmou.
O professor da Strong-FGV avalia que um investidor que tiver de R$ 10 mil a R$ 50 mil pode pensar em diversificar um pouco, colocando nos DIs e também um pouco nos CDBs. Para quem tem mais do que isso, por exemplo, R$ 100 mil, ele também avalia que 20% pode ir para fundos de ações, desde que a pessoa tenha perspectiva de longo prazo. “Apesar do petróleo, a tendência é de valorização das bolsas”, afirmou Santos.
O proprietário da Técnica Consultoria, Harold Thau, também indica que o ideal é diversificar, colocando parte em Fundos DI, CDBs e também aplicando em ações, “que têm boa perspectiva, depois das definições da equipe econômica de Lula”.
Quanto ao dólar e ouro, a avaliação entre os analistas é de que ambos os ativos, que tiveram altas recordes em 2002 (respectivamente 52,8% e 80,1%), a princípio devem ser evitados.
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