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Presidente da Opep obtém acordo para redução da produção
Por Da AFP
11/10/2006 | 16:24
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A Opep, preocupada com a queda dos preços do petróleo, chegou a um consenso para reduzir sua cota de produção em um milhão de barris por dia, quantidade que ainda deve ser distribuída entre seus membros, declarou nesta quarta-feira o presidente em exercício do cartel, o nigeriano Edmund Daukouru.

A cota atual é de 28 milhões de barris por dia, mas a produção real da Opep (fora o Iraque, excluído do sistema de cotas) é estimada em 27,8 milhões de barris por dia.

O presidente do cartel manifestou a esperança de obter rapidamente um consenso sobre a repartição do corte entre os países, destacando que a redução entraria em vigor nos contratos de outubro e teria "repercussão a partir do próximo mês".

O ministro de Energia do Qatar, Abdallah Ben Hamad Al-Attiyah, confirmou que "o cartel anunciará oficialmente nos próximos dias uma redução de um milhão de barris por dia (...) para retirar o excedente do mercado internacional". Mas segundo ele esta redução se refere à "produção efetiva" de cru.

Os ministros podem decidir ainda, portanto, variar apenas a produção real, sem mexer no teto formal.

Segundo um assistente do presidente da Opep, que pediu anonimato, a Opep não deve convocar uma "reunião de urgência", como havia cogitando. A redução não será uma "decisão Opep", mas adotada por cada Estado membro, voluntariamente, afirmou. O secretário da Opep em Viena não confirmou um acordo de imediato.

O mercado aguarda, há mais de duas semanas, um sinal claro da Opep em reação à queda dos preços, de cerca de 25% nos últimos dois meses. Até então, vinha se baseando apenas em declarações contraditórias de um país e de outro, ou nas decisões individuais de reduzir a produção da parte de membros como a Nigéria e a Venezuela.

Uma redução das cotas a 27 milhões de barris por dia significaria, na verdade, cortar 500 mil barros por dia da oferta real dos membros da Opep, já que não respeitam suas cotas atualmente.

A AIE (Agência Internacional de Energia), criada após o primeiro choque do petróleo para amenizar a influência da Opep, anunciou nesta quarta-feira em seu relatório mensal de outubro que as evasivas recentes da Opep podem ser explicadas pelo fato de a organização estar em pleno "dilema" porque uma redução na produção poderia, contra todas as expectativas, provocar uma nova onda de queda da commodity.




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