As trioxaquinas contêm dois fragmentos distintos - aminoquinoleína e trioxan - ligados em uma molécula única, mas que atuam com mecanismos diferentes. Este método permite que se obtenha uma família de moléculas aparentemente muito ativas contra a malária, e isso em doses ínfimas. Os autores das pesquisas explicam que estes futuros remédios poderao permitir que se lute contra as formas de malária resistentes à cloroquina, responsáveis por numerosos casos mortais da doença.
O parasita responsável pelas formas graves de malária, o Plasmodium falciparum, desenvolveu há vários anos resistência à cloroquina, medicamento barato que foi eficaz durante mais de 40 anos. Transmitido pelos mosquitos, o parasita da malária invade os glóbulos vermelhos e, em 48 horas, aumenta várias vezes de tamanho. Se divide entao em 20 ou 30 novos parasitas, que, por sua vez, invadem outros glóbulos vermelhos.
Várias moléculas recentemente descobertas pareceram ser ativas contra o parasita, mas algumas apresentam uma toxicidade que tornam perigosa sua utilizaçao. Outras, sao extraídas de uma variedade de artemísia usada na medicina tradicional chinesa, o que torna seu abastecimento caro e aleatório, explicou o CNRS. Os primeiros resultados obtidos com as trioxaquinas sao promissores e uma nova empresa, a PALUMED, foi fundada em Toulouse para cuidar do desenvolvimento pré-clínico deste novo tipo de composto contra a malária, doença que afeta atualmente de 300 a 500 milhoes de pessoas no mundo e mata a cada ano de 1,5 milhao a 2,7 milhoes de pessoas, nove em cada 10 na Africa. Ela é a doença tropical de maior incidência no mundo.
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