Embora não tenha a pretensão de traçar um perfil do complexo cenário cultural do Grande ABC, 'Águas, Trilhos e Manacás' reúne histórias de vida e realizações de grandes talentos individuais e coletivos.
Valdeck de Garanhuns é um exemplo disso. O xilogravurista e mestre em Teatro de Mamulengos instalou seu ateliê em Paranapiacaba.
Outro a ser citado é Renato Gigliotti, apaixonado por construir maquetes de trens e que se tornou o realizador do Encontro Brasileiro de Ferromodelismo da Vila Ferroviária.
Em Rio Grande da Serra, é explorada a presença de ritmos afro-brasileiros e do hip hop, assim como as produções cinematográficas da cidade, tendo Domingos Luís Orlando, o 'Mingo', como diretor do primeiro curta-metragem riograndense.
Em Ribeirão Pires, um dos destaques é o grupo Amigos e Seresteiros, que, trajando roupas dos anos 1920, toca música popular brasileira de raiz e serestas. Também é citada a formação do Tefel (Grupo de Teatro Felício Laurito) na década de 1960, inspirado no Teatro de Arena.
Muitos artistas ganharam destaque com a arte em porcelana em Mauá. Na música, há desde grupos que promovem a cultura sertaneja de raiz, como o Catira Az de Ouro, até marchas para desfiles cívicos, caso da banda Lyra de Mauá.

Quanto a Santo André, é possível o leitor conhecer mais sobre artista plástico Luiz Sacilotto, um dos precursores da arte concreta no Brasil. São lembrados eventos dedicados ao movimento punk. O Rock in Rua, por exemplo, dava espaço para as bandas de garagem. O livro aborda ainda as atividades do antigo Teatro de Alumínio e a formação do Livrespaço, grupo de poetas que tinha como objetivo promover a literatura da cidade.