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Fujimori diz que é inocente
Por Do Diário do Grande ABC
26/11/2000 | 15:52
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O ex-presidente peruano Alberto Fujimori negou neste domingo, em várias entrevistas à imprensa japonesa, as acusaçoes de corrupçao lançadas contra ele, e deixou-se fotografar na casa onde se escondeu depois de desaparecer há cinco dias do hotel de Tóquio, onde estava hospedado.

``Nunca tive açoes no Peru, Cingapura, Panamá ou Japao', garantiu. ``Fora do Peru, sequer tenho uma conta bancária. Essas acusaçoes nao têm sentido', declarou o presidente destituído, falando na casa de veraneio de uma popular escritora japonesa, Ayako Sono, localizada em Miura, Kanagawa, 50 km ao Sul da capital japonesa. ``Os investigadores devem continuar fazendo seu trabalho para limpar meu nome', acrescentou.

O procurador peruano Jorge Ugaz pediu à Procuradoria da Naçao para investigar Fujimori (1990-2000) por suposto enriquecimento ilícito mediante a venda de açoes, depois de indícios de que teria transferido US$ 18 milhoes de Cingapura para o Japao.

Fujimori nao explicou por que nao voltou a seu país, depois de participar na cúpula do Foro de Cooperaçao Econômica Asia Pacífico (APEC), em Brunei. ``Contribuíram vários fatores para meu súbito desaparecimento, mas alguns deles nao podem ser explicados agora. Anunciar minha renúncia no exterior foi realmente algo infeliz', assinalou.

``Um dos erros que cometi foi confiar muito em (seu ex-assessor de inteligência, Vladimiro) Montesinos', acrescentou, descartando a idéia de candidatar-se às eleiçoes que serao realizadas no mês de abril no Peru. "Com a série de fatos que ocorreram, terei que repensar minha participaçao nas eleiçoes".

O ex-embaixador peruano peruano Víctor Aritomi, casado com uma irma do ex-presidente, disse que neste domingo Fujimori voltará a Tóquio, apesar de nao informar onde ele ficará. Sua próxima estada deve ser na casa de seu filho Hiro Alberto, que vive na capital japonesa.

A residência em que Fujimori recebeu a imprensa fica em um elegante bairro de veraneio, em uma colina de onde se pode ver os veleiros do porto situado na baia Koami, com saída para o Oceano Pacífico.

Sono, uma católica devota, ofereceu a Fujimori sua residência porque o ex-presidente estava com problemas para encontrar um lugar onde se hospedar, segundo informou à imprensa. Relatou ter se encontrado com Fujimori na qualidade de diretora da organizaçao sem fins lucrativos Nippon Foundation no dia 17 de novembro, dia em que o ex-presidente chegou a Tóquio procedente de Brunei.

Fujimori indicou ter entrado no Japao com seu passaporte oficial peruano e acrescentou que a decisao de permanecer ou nao no país dependerá do ministério da Justiça japonês.




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