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A diferença de Lula

Luiz Inácio Lula da Silva gosta de comparações históricas. Mas nem sempre faz a devida contextualização

Por Beto Silva
Do Diário do Grande ABC
19/11/2015 | 07:00
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Luiz Inácio Lula da Silva gosta de comparações históricas. Mas nem sempre faz a devida contextualização. Uma de suas frases mais emblemáticas é: “O que nós fizemos em 12 anos, a elite não fez em 100 anos”. Semana passada, em discurso no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, acrescentou: “Nós provamos que pode ser diferente. Estamos vivendo um momento difícil? Estamos. Mas eu vejo eles dizendo que vão cuidar deste País e me pergunto: por que não cuidaram nos 500 anos que governaram, nos 100 anos que governaram?”. Agora vamos às contextualizações necessárias. Lula fala da elite como se não fizesse parte dela. Foi metalúrgico, líder sindical, lutou por direitos trabalhistas e democráticos e ascendeu à Presidência da República. Hoje cobra entre R$ 250 mil e R$ 300 mil para dar palestras no Brasil e no Exterior. Sua empresa, a LILS, recebeu R$ 27 milhões desde 2011, quando deixou o Palácio do Planalto. Fora a aposentadoria e as regalias que tem como ex-presidente e como comandante de honra do PT. E quando Lula fala dos governantes dos últimos 500 anos ou dos últimos 100 anos, ele tem de decidir qual período da história quer expor. Se for a época de Cabral, podemos citar que as coisas ruins da nossa Pátria amada realmente começaram por lá. Segundo pesquisa do escritor Thales Guaracy, no livro A Conquista do Brasil (1500-1600), no ano de 1560, o então governador da colônia, Mem de Sá, enviava carta à realeza portuguesa e reclamava que ao Brasil só chegavam “malfeitores que mereciam a pena de morte”. O mesmo Mem de Sá, porém, driblava a proibição real de doar terras a si mesmo. Parece que, de fato, está no nosso DNA os tais Mensalão, Petrolão... Agora, se formos falar de história mais recente, presidente Lula, podemos citar Sarney, Collor, Maluf, todos seus antigos desafetos, hoje seus aliados. Isso é ser diferente, Luiz Inácio?

Bastidores

Na ativa
Ex-prefeito de São Bernardo, Mauricio Soares (PT) está na ativa. Não na política, na qual, provavelmente, não disputa mais eleição. Mas na atividade física. Aos 76 anos, o atual presidente da Fundação Criança iniciou na prática de exercícios. “Depois de experimentar algumas das consequências de uma vida quase que inteira dedicada exclusivamente ao trabalho, recupero minha saúde através dos exercícios físicos”, diz o petista. E completa: “Com os resultados alcançados, sinto-me hoje revigorado e disposto aos novos desafios que a vida propõe.” Será que vem surpresa por aí?

Suspense
Em ato que oficializou mudança no secretariado de Mauá, ontem, chamou a atenção a presença do ex-vice-prefeito, ex-vereador e ex-secretário Paulo Eugenio Pereira Junior (PT). Ele desconversou sobre seu projeto político para 2016. Mas o que se diz nos bastidores é que buscará vaga na Câmara. Por enquanto, está com moral junto ao prefeito Donisete Braga (PT), cuja gestão abriga três aliados diretos de Paulo Eugenio no primeiro escalão.

Futuro
O ex-deputado federal Professor Luizinho (PT) prestigiou ontem, no Shopping Golden Square, o lançamento do livro A Cidade Desenvolvimentista: Crescimento e Diálogo Social em São Bernardo, 2009-2015, sobre as ações da gestão Luiz Marinho (PT) – os autores são Jefferson Conceição, Nilza de Oliveira, Jeroen Klink e Roberto Vital. O ex-parlamentar disse que ajudará as candidaturas petistas em 2016 e não descartou voltar a disputar eleições futuras. 




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