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Operário morre soterrado em Santo André
Elaine Granconato
Do Diário do Grande ABC
25/11/2000 | 00:12
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A queda de um muro de arrimo, de cerca de seis metros de altura, e o desmoronamento de grande quantidade de terra provocaram sexta à tarde a morte e o soterramento de um operário da construçao civil, identificado apenas por Francisco pela Polícia Militar. O acidente ocorreu por volta das 14h, em um terreno da rua Paulo Harris, na Vila Floresta, em Santo André. Embora tenha sido encaminhado para o Centro Hospitalar, a vítima, segundo informaçoes de vizinhos e de policiais, já teria chegado sem vida. A Defesa Civil da cidade interditou a área.

Dois outros homens, que também trabalhavam na obra, foram encaminhados para o hospital de Santo André, por volta das 15h. Jurandir Moura de Souza foi liberado logo em seguida. Entretanto, Francrivaldo Pinto Fonseca, que seria primo de Francisco, até as 19h de ontem, permanecia em observaçao na sala de emergência.

O Diário nao conseguiu obter detalhes clínicos dos estados dos pacientes com o médico que atendeu a ocorrência no Centro Hospitalar. Segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura de Santo André, as informaçoes sao dadas apenas aos familiares das vítimas. Até as 18h, o corpo de Francisco nao havia sido encaminhado para o Instituto Médico Legal nem familiares teriam aparecido no local.

De acordo com um soldado da Polícia Militar, que fazia plantao no Centro Hospitalar, uma quarta vítima teria dado entrada no hospital, nao por ferimentos em virtude do soterramento, mas em estado de choque. "Ele acabou presenciando o acidente e entrou em pânico", afirmou. O caso foi encaminhado para o 1º Distrito Policial de Santo André.

Família - "Estava tomando café quando tudo aconteceu. De repente, ouvi movimento e barulho no terreno ao lado", contou a dona de casa Rosa Maria Ferreira Vilar, moradora na casa vizinha onde ocorreu o acidente fatal com o operário. "Acredito que ele tenha morrido no próprio local. O moço ficou soterrado, exatamente quando devia estar cavando próximo ao muro", relembrou.

Ainda segundo Rosa, a vítima fatal teria vindo da Bahia há uma semana, e sexta teria sido seu primeiro dia de trabalho na obra. "Seu primo me disse que ele era casado e tinha sete filhos. Que destino, vir de tao longe para morrer aqui!", ressaltou, indignada.

A área, segundo informaçoes de vizinhos, é de propriedade de um português. O terreno abrigava uma casa velha, que, recentemente, foi demolida para construçao de dois sobrados. "O dono está desesperado com tudo que aconteceu", disse um vizinho, que preferiu nao se identificar.

A Defesa Civil interditou a área, após a realizaçao da perícia técnica, e ainda nao está prevista sua liberaçao. Entretanto, com a queda do muro, parte da casa de nº 60, vizinha ao terreno na rua Paulo Harris, corre risco de desabamento. Lonas plásticas pretas foram colocadas pela equipe da Defesa Civil no local, como precauçao, principalmente em casos de chuva.




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