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Preço de carros usados vai cair
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
19/12/2008 | 07:05
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A decisão do governo federal de reduzir o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) dos carros zero-quilômetro, que levou a uma queda no valor dos automóveis novos aos consumidores, vai contribuir para desvalorizar ainda mais o preço dos carros usados, que já vem em retração.

Dados da Assovesp (Associação dos Revendedores Independentes de Veículos de São Paulo) mostram que em novembro os usados, em média, já haviam diminuído de valor 0,59% frente a outubro.

Em conseqüência do pacote do governo federal que baixou o imposto, as concessionárias de marca passaram a pagar até 40% menos do que a cotação da tabela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) por um carro dado como parte de pagamento na compra do novo.

Tradicionalmente, as revendas ligadas a montadoras aceitam o produto como parte de pagamento por valor inferior ao de mercado, mas o percentual costumava oscilar em 20%.

Com isso, os consumidores que querem comprar o zero-quilômetro se sentem prejudicados na negociação. Foi o caso do metalúrgico Laércio Escobar Peres, que nesta semana foi a uma concessionária para tentar trocar de carro. Com um Gol 1.000 ano 1998, cotado a R$ 12.732, ele se queixava do desconto que a revenda dava, de quase R$ 5.000.

Para o gerente da Itavema ABC, Paulo Mori, a explicação é simples. Com a baixa no valor do zero-quilômetro, foi preciso reduzir também o seminovo, e essa variação ainda não apareceu nas tabelas. "A Fipe demora de dois a três meses para rever os preços", avalia.

MOVIMENTAÇÃO
Revendedores de usados da região afirmam que podem se beneficiar da desvalorização praticada pelas lojas ligadas às fabricantes. "Pagamos melhor. Um carro que avaliamos em R$ 15 mil, a concessionária não paga R$ 8.000", diz o gerente da Qualyvel, Wagner Savoia.

No entanto, o gerente financeiro do Auto Shopping Global, Welton de Assis, cita que para que o comerciante sinta o benefício, é preciso que se movimente e vá ao mercado em busca de carros com preços mais baixos para ter margem de lucro. "Se ele (o lojista) ficar sentando em cima do estoque antigo, terá dificuldades para vender, já que os preços estão caindo", disse.

Outro fator positivo são as condições de pagamento, que melhoraram em relação a outubro, quando as taxas chegaram a 3,2%. "Estamos com juros girando em 1,8%", diz o gerente.

QUEDA
Em novembro, as revendas multimarcas registraram uma queda de 6,7% nas vendas frente a outubro. Alguns lojistas calculam que pode haver até empate em dezembro, embora este mês seja mais curto, em função do feriado do Natal.

Os revendedores ainda se queixam das restrições do crédito. José Antonio Cobo, da loja Zipp, por exemplo, afirma que é difícil aprovar financiamento para venda sem entrada. Seu estabelecimento vendeu seis carros neste mês até agora. Em novembro, foram 11.




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