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Tom Cavalcante estréia segunda na Record
Por André Bernardo
Da TV Press
25/09/2004 | 16:03
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Tom Cavalcante parece nunca ter digerido bem o final repentino do programa Megatom, da Globo. Pouco mais de um ano depois da estréia, o humorístico foi tirado do ar, em abril de 2001, sem maiores explicações. Desde então, o humorista limitou-se a dar expediente no Zorra Total, no qual alternava personagens como o debochado Ribamar e o afetado Pitbicha. Inconformado com o descaso da Globo, Tom deixou a emissora depois de 13 anos. Na próxima segunda-feira, ele volta à TV em Show do Tom, de segunda a sexta, às 22h, pela Record. Em seu novo programa, Tom promete fazer de tudo um pouco: de entrevistas com famosos a paródias de cantores, de esquetes de humor a jogos. “O programa será uma soma de vários formatos, com a diferença do Tom falando sério quando o assunto pedir. Mas foi justamente a possibilidade de mostrar habilidades até então desconhecidas do público o que me motivou a trocar de emissora”, diz.

Dos personagens que popularizou na TV, Tom poderá levar apenas o bebum João Canabrava para a Record. Já outros tipos, como Ribamar e Pitbicha, por exemplo, viraram motivo de disputa com a Globo. Às vésperas de estrear na nova emissora, ele ainda não sabe sequer se poderá utilizar os bordões dos antigos personagens, como “Magoei!” e “Morram, mocréias!”. “E se eu disser ‘Cuecão de couro, mano!’ de cara limpa, sem caracterização, pode haver multa?”, indaga. Na dúvida, Tom planeja estrear no programa alguns dos muitos tipos que interpreta nos shows que faz pelo Brasil afora. Entre eles, o aposentado Seu Venâncio e a dona de casa Tia Lourdes. “O formato permitirá que vários tipos novos sejam testados. Os que tiverem boa aceitação serão aproveitados”, diz.

Apesar do impasse, o humorista jura de pés juntos que não guarda rancores da Globo. “Saio de lá deixando grandes amigos e grandes realizações. Tenho por aquela casa um sentimento muito particular de gratidão”, discursa, em indisfarçável tom diplomático. Afinal, foi na Globo, em outubro de 1991, que Tom estreou na TV, interpretando João Canabrava, um típico pinguço que gostava de narrar partidas de futebol no extinto A Escolinha do Professor Raimundo. A princípio, Tom interpretaria Seu Venâncio no humorístico da Globo. Mas, durante um jantar em Fortaleza, onde Chico Anysio excursionava com seu show, um amigo em comum falou do talento de Tom para imitar bêbados. “Nem terminei a primeira piada e o Chico já caiu na gargalhada. De volta ao Rio, entrei no ar em 15 dias”, lembra.

Chico Anysio, porém, não foi a única referência na formação de Antônio José Rodrigues Cavalcante. A lista de comediantes que o influenciaram é extensa e inclui de brasileiros, como Renato Aragão e Jô Soares, a norte-americanos, como Jerry Seinfeld e Eddie Murphy. Não por acaso, programas humorísticos dos mais diferentes países, como o italiano Fiorello, da RAI, e o português Herman, da SIC, estão entre os mais vistos pelo novo contratado da Record. Do Brasil, Tom cita Casseta & Planeta, Urgente!, da Globo, e A Praça É Nossa, do SBT, como os prediletos. “Todos eles me ajudam a desopilar”, diz.

Mas, no que depender de Tom, a Record volta a ocupar em breve lugar de destaque no humorismo televisivo brasileiro. A emissora, que já produziu clássicos do gênero, como A Família Trapo e Praça da Alegria, não tem um humorístico desde 1999, quando exibiu o pífio Escolinha do Barulho. Além do programa diário, Tom deve apresentar também um quadro fixo no Domingo Espetacular. “Ainda estamos em fase de acertos. O importante é corresponder a todo o carinho dispensado a mim pela Record”, afirma. Além da alegria de voltar a comandar um programa só seu na televisão, Tom admite estar feliz também por voltar a trabalhar mais perto de casa e da família. “Ponte aérea acaba com qualquer um. Nessas horas, fica difícil ser humorista”, diz.




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