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Chuvas: sinistros por
alagamento crescem 30%
Soraia Abreu Pedrozo
do Diário do Grande ABC
20/01/2011 | 07:29
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Nesses dias em que a intensidade das chuvas se torna imprevisível, assim como o horário em que ela cai e os locais que atinge, é preciso ter muita cautela com os veículos. Muitas vezes, tudo acontece tão rápido que não dá para mudar o caminho e sair da rota do alagamento. É então que quem está dentro de um carro nessa situação deve acionar seu seguro.

No verão, período em que há muitas chuvas, os sinistros de alagamento chegam a ser 30% maiores do que em outras épocas do ano. Como as seguradoras já estão preparadas para isso, o custo já vem embutido na apólice, o que não deve implicar aumento no preço dos seguros neste ano.

Porém, é comum a pergunta: será que minha apólice cobre danos causados por enchentes? Contanto que ela possua cobertura total ou compreensiva, sim. Esse é o seguro mais completo para automóveis, que inclui colisão parcial ou total, perda total, incêndio, roubo ou furto, responsabilidade civil - conhecido como seguro para terceiros, que só cobre danos causados pelo condutor, como colisão com outro veículo ou muro e atropelamento - e alagamento.

Ainda assim, nem todos os casos são ressarcidos. O vice-presidente de autos da Mapfre Seguros, Jabis Alexandre, ressalta que apenas o alagamento provocado por água doce é elegível. "Exceto se água salgada invadir o estacionamento de um prédio, por exemplo."

Considerando que o sinistro seja provocado por água doce, Alexandre afirma que 95% dos casos são indenizados, exceto se o condutor estiver em zona de risco e resolver cruzar uma área alagada. "Quando um veículo entra em área cheia de água, o local pode ter buracos ou depressões que podem propiciar a entrada de água pelo escapamento, o que gera calço hidráulico. Neste caso, não tem cobertura que pague o estrago".

Se o motorista estiver em um local que alague subitamente, e não tenha como ele sair dali, o executivo orienta que não é para movimentar o carro. Se o veículo morrer, não deve dar partida, pois é neste movimento que a água entra no motor.

Outro caso que as seguradoras não cobrem os danos, mas neste caso, de terceiros, é quando os carros são arrastados e colidem. A apólice se responsabiliza apenas pelo veículo do segurado, mesmo que ele tenha seguro para terceiros, pois não era ele que estava conduzindo o carro no momento da batida.

Se o veículo está estacionado na rua e começa o temporal, as seguradoras cobrem o estrago. Porém, Alexandre destaca que é recomendado que as pessoas evitem estacionar em locais em que haja a probabilidade de inundação, geralmente áreas próximas de rios e córregos. Se for comprovado que o segurado agravou o risco, a seguradora não se responsabiliza.

COMPRA DE CARRO USADO EXIGE CAUTELA

Com as chuvas excessivas, o consumidor deve redobrar a atenção ao comprar carro usado. No caso de veículos zero-quilômetro, a preocupação não deve ser a mesma, já que em caso de qualquer alagamento eles não podem mais ser comercializados como novos, adverte o consultor automotivo Paulo Roberto Garbossa.

 "Enchentes que atinjam pátios de concessionárias ou montadoras podem danificar os veículos, que podem ser comercializados como semi-novos ou em leilões, que geralmente abrigam carros que passaram por alagamentos, mas não mais como zero. E nenhuma montadora arriscaria seu nome oferecendo um carro danificado", explica.

No caso dos usados, porém, muita gente que passou por enchente pode querer vender seu carro. "Uma boa dica é verificar se o veículo tem cheiro de mofo. Mesmo que o odor esteja mascarado, deixando-o sob o sol por uma hora faz com que o cheiro volte."

Garbossa recomenda, inclusive, que o interessado vá a uma revendedora acompanhado de um especialista, que pode ser alguém que trabalhe com funilaria e pintura, que entende do assunto.

Caso o automóvrel tenha sido vítima de alagamento, o consultor aconselha que seja feita pelo menos desinfecção do veículo. "Dependendo das posses, o ideal é a troca do revestimento."




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