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Empresas atrasam entrega de mercadoria

Caos no trânsito de Santo André também prejudica empresas de transporte

Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
19/03/2011 | 07:22
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O caos em que se encontram as ruas de Santo André atrapalha não só os motoristas que estão indo ou voltando do trabalho, que pegam trânsito carregado até para se deslocar por pequenas distâncias. Prejudica também empresas, cujas logísticas sofrem por conta do aumento dos custos e do atraso na entrega de mercadorias.

É o caso da Dantech, ferramentaria e usinagem localizada na Vila Curuçá que fabrica ferramentas e tem 90% de seus clientes nas autopeças da região. "Esta semana foi um caos. Na quinta-feira, para levar um pedido a um cliente localizado na Avenida dos Estados, próximo a Mauá, levamos 40 minutos em um trajeto que fazemos em, no máximo, sete minutos", conta o proprietário Danilo Arsani.

O maior problema, aponta Arsani, está em chegar à Avenida dos Estados ou à região central da cidade. Com o fechamento do Viaduto Adib Chammas para reforma, a alternativa realizada por muitos motoristas é tomar a Avenida Industrial, que fica muito carregada, e atravessar o Viaduto Castelo Branco. "E está difícil também percorrer a Avenida dos Estados, que em muitos pontos está em reforma e são liberadas apenas duas das quatro faixas", lembra.

O empresário conta que só não são contabilizados prejuízos - além do gasto a mais com combustível - porque os clientes são avisados da situação pelo rádio. "Parece até que estamos mentindo por levar tanto tempo para percorrer distância tão curta."

Isabel Esteves, sócia da Lubel, empresa de usinagem e recuperação de peças de ônibus da Vila Apiaí, que atende a clientes em São Bernardo, Santo André e Mauá, também está aborrecida com o trânsito. "Aquele viaduto (Adib Chammas) fechado complica muito a vida dos motoristas. Também, com esse monte de carros nas ruas por conta da facilidade de financiamento oferecida no ano passado, fica difícil. Só fazendo um terceiro ou quarto andar nas ruas."

O coordenador do curso de Economia da Fundação Santo André, Ricardo Balistiero, aponta que a estrutura viária do Grande ABC é muito antiga, a mesma de 20 anos atrás. "É evidente que ela não suporta todo o crescimento da frota de veículos de lá para cá."

O empresário que tem de realizar entrega não tem como deixar o carro ou caminhão em casa para desafogar o trânsito, portanto, o custo logístico acaba subindo. "Por mais eficiente que ele seja em sua fábrica, quando leva a mercadoria para a rua enfrenta problemas que não são dele e que geram impactos em seu custo."

 

VANTAGEM

A grande vantagem da gráfica Studio A, localizada do outro lado do município, no bairro Santa Terezinha, é, além de estar situada fora do trânsito caótico, ter clientes apenas em São Paulo. "Por incrível que pareça, está mais fácil levar uma mercadoria a São Paulo do que na região, principalmente por dentro de Santo André", afirma o gerente Cesar Simões. "Não tenho tido problemas com prazo de entrega", complementa.




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